Esclarecimento relativo a reportagem sobre qualidade do ar em Estarreja
A Câmara Municipal de Estarreja esclarece, numa primeira análise, que as peças jornalísticas transmitidas hoje na SIC Notícias e na SIC referem-se a um Índice da OMS, mas sem indicar o ano em que foi publicado, e associam a poluição pelas partículas PM 2,5 a problemas específicos de saúde no concelho, sem, no entanto, indicarem evidências científicas ou fundadas.
Estas peças não apresentam as várias dimensões do problema. E não falam por exemplo das conclusões de um estudo feito pelo ACES do Baixo Vouga sobre Estado de Saúde de Estarreja apresentado em 2019 e que nos diz o seguinte:
- a distribuição das causas de morte no concelho é muito semelhante à ocorrida na região centro e no País.
- relativamente a morte por doenças do aparelho respiratório, a percentagem em Estarreja (9,2%) é inferior às taxas registadas na região de Aveiro (11,9%), na zona centro (12,3%) e no país (11,7%).
- a taxa de mortalidade por tumores malignos em Estarreja (2,7%) é igual ou inferior à nacional (2,7%) e da região Centro (2,9%). (dados referentes a 2018)
Se a peça da SIC se refere ao ranking de 2018 da OMS, recuperamos uma declaração de um especialista em ambiente e presidente da "ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável", em entrevista na altura ao Diário de Notícias (e que pode ler aqui), Francisco Ferreira, que disse o seguinte:
“Este ranking deve ser lido com cuidado. A esperança de vida e os níveis de poluição dentro de Lisboa são muito piores do que o impacto de ter 15 microgramas [de partículas finas por metro quadrado] em Estarreja. A OMS olha para as partículas finas, mas quando analisamos a poluição devemos olhar para o conjunto dos poluentes, inclusive para as grosseiras.”
Tal como o fez na altura em que esse relatório da OMS foi divulgado (voltamos a sublinhar, em 2018), através deste esclarecimento, a Câmara Municipal de Estarreja reitera que a medição exclusiva destas partículas finas não reflete em si mesmo a realidade local, sendo necessária uma análise mais abrangente dos poluentes e das zonas de influência. Sublinhe-se ainda que, Estarreja cumpre os valores legalmente exigidos pela União Europeia.
Recorde-se que em 2 abril de 2022, a Câmara Municipal promoveu um Seminário sobre a Qualidade do Ar em Estarreja, resultando como conclusão dos vários estudos realizados até ao momento, designadamente da Universidade de Aveiro, que a qualidade do ar em Estarreja tem vindo a melhorar sistematicamente nos últimos 17 anos (leia aqui o artigo ou veja aqui as intervenções).
Faremos uma análise exaustiva aos conteúdos agora emitidos, envolvendo as entidades com quem o Município de Estarreja tem vindo a trabalhar nesta matéria e no seu cabal esclarecimento, nomeadamente Universidade de Aveiro, PACOPAR e CCDRC.