Chegou ao fim a 6.ª campanha de escavações no Castro de Salreu

Este ano, com uma campanha diferente e uma equipa reduzida e sem a presença de voluntários, os trabalhos arqueológicos no Castro de Salreu centraram-se apenas num setor do povoado, onde se encontrava melhor preservada a estrutura de delimitação/muralha.

sexta, 30 de julho 2021


Os trabalhos, realizados por uma equipa de 4 arqueólogos, permitiram recolher dados sobre a construção dessa estrutura, bem como sobre a utilização da plataforma próxima. “Foram recolhidos inúmeros fragmentos de cerâmica, objetos em pedra, alguns elementos metálicos e as já frequentes contas de colar. Há agora muitos dados a processar e muitas tarefas a realizar nos próximos meses, para tentar responder às muitas perguntas que Salreu levanta”, contou a investigadora do projeto e arqueóloga Sara Almeida e Silva. 

A primeira intervenção realizou-se em 2011 e, desde essa data, que se têm vindo a realizar estudos multidisciplinares sobre este povoado. Segundo Sara Almeida e Silva, o ciclo de escavações programadas termina, mas há ainda muita investigação a realizar e muitas perguntas para encontrar resposta. “De onde eram provenientes os materiais que recolhemos em Salreu? Que recursos botânicos estavam disponíveis para os habitantes daquela aldeia de há dois mil anos?”, são algumas das questões a responder no futuro, segundo a investigadora.

Acredita ainda que, “apesar das suas frágeis estruturas e da intensa descaracterização sofrida pelo sítio arqueológico, por causa do seu uso florestal, o Castro de Salreu ficará no mapa da arqueologia nacional, mas sobretudo, no mapa da arqueologia do Entre Douro e Vouga, onde têm sido escassos os projetos de investigação arqueológica, por alguns aspetos únicos que o sítio, como o caso da descoberta em 2019, de uma placa de xisto gravada”, revelou.