“Dentro da Janela” de João Mortágua foi eleito o melhor álbum de jazz pelos Play – prémios da música portuguesa da RTP

Para a categoria de melhor artista masculino estavam nomeados Salvador Sobral, Diogo Piçarra, Slow J e Fernando Daniel. O estarrejense, vencedor The Voice Portugal, que conta já com 2 álbuns editados, “Salto” (2018) que se tornou Disco de Ouro e o mais recente “Presente” (2020) não conseguiu alcançar esta distinção, mas é com orgulho que o vemos entre os melhores.

 “Dentro da Janela” de João Mortágua levou de vencida “Histórias do Jazz em Portugal” de André Sousa Machado, “Liturgy of Birds” de Daniel Bernardes & Drummig GP e “Ocre” de Filipe Raposo.

O Município de Estarreja congratula-se com mais esta distinção de João Mortágua endereçando-lhe, desta forma, os parabéns e desejando os maiores sucessos na sua jovem e premiada carreira.

Para João Mortágua foi “uma alegria enorme receber esta recompensa, numa categoria que foi agora inserida nestes prémios. Nós precisamos disto e todos precisamos de ouvir mais jazz. Nós, músicos de jazz somos tão plurais como o universo e as pessoas vão descobrir isso quando nos ouvirem mais”. Na hora de agradecer a todas as pessoas que participaram na construção de “Dentro da Janela”, o músico lembra que “o jazz é muito mais que uma simples palavra, é música feita de uma forma genuína e autêntica, sem se estar preso às leis de mercado”. 

Natural de Estarreja e músico da nossa Orquestra de Jazz, João Mortágua fez o seu percurso enquanto músico ao piano (num curso básico) e completou o 8.º grau em saxofone no Conservatório de Música de Aveiro Caloutse Gulbenkian. Ao longo desta caminhada musical frequentou masterclasses, destancando-se o Quarteto de Saxofones de Amesterdão, tendo também integrado a Orquestra Juvenil do Centro. Mas o interesse pelo jazz ia aumentando e, em 2005, foi para Lisboa, onde frequentou a escola de jazz do Hot Club de Portugal. 

João Mortágua é um músico licenciado em jazz pela ESMAE - Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo. Da sua carreira de músico, para além do seu contributo à Big Band do Estarrejazz – agora OJE – Orquestra de Jazz de Estarreja –, também fez parte do Septeto premiado na Festa do Jazz do S. Luiz 2007. A sua participação no 39º Seminário do Siena Jazz fê-lo obter uma bolsa para a edição seguinte. Tocou em inúmeros espaços e festivais nacionais, incluindo o Guimarães Jazz, Festival de Jazz de Portimão e Festival de Jazz de Valado dos Frades. Participou na gravação dos álbuns Joyce (Zelig), Our Secret World (OJM e Kurt Rosenwinkel) e Agromando (Iago Fernandez). Enquanto trabalha em projectos como o seu quarteto Janela ou o trio experimental m3, toca também com grupos emergentes da cena portuguesa como o sexteto de Miguel Moreira ou o quinteto de Gonçalo Moreira. O seu disco de estreia Janela foi editado em 2014 pela Carimbo Porta-Jazz. A sua música habita numa sonoridade de quarteto com guitarra, junto dos efeitos espaciais de Miguel Moreira às aguçadas linhas de Barbosa e ao peculiar blending rítmico de Marrucho. 

Em 2017, o seu percurso musical alcance um reconhecimento notável ao ser eleito Músico do Ano pelos Prémios RTP/Festa do Jazz, ano em que o álbum homónimo de AXES foi considerado o Disco do Ano pelo blog JazzLogical. Desde então tem viajado regularmente com essa banda, marcando presença em festivais internacionais de jazz.

Com a sua peculiar visão do jazz, João Mortágua estabeleceu-se rapidamente como um dos mais completos e desafiantes saxofonistas portugueses da atualidade. As suas elegantes composições oferecem espaço para improvisações plenas de dinâmica de grupo.

João Mortágua é docente de Saxofone Jazz no Curso Profissional de Instrumentista Jazz do Conservatório de Música de Coimbra. Até à data conta já com cinco álbuns editados em nome próprio: Janela” (2014), “Mirrors” e “AXES” (2017), o agora premiado “Dentro da Janela” (2019) e o mais recente “MAZAM – Land” (2020). 
Recordamos, nestes links [ 1 e 2 ], um concerto de 2015 no Cine-Teatro de Estarreja.