“Há Festa na Quinta”: ninguém ficou indiferente
Tal como no tempo de Egas Moniz, a Quinta do Marinheiro ganhou vida com a iniciativa “Há Festa na Quinta” com atividades para toda a família.
De 12 a 14 de julho, o 51.º aniversário da abertura da Casa Museu Egas Moniz foi o mote para celebrar o legado que o único Prémio Nobel português da área das ciências fez questão de deixar à sua terra.
Visitas encenadas, insufláveis, canoagem, sessões de yoga, pinturas faciais, exibição de aves de rapina, jogos tradicionais, stand up paddle e passeios de moliceiro foram bons motivos para miúdos e graúdos (re) descobrirem a Casa Museu, os jardins e os espaços naturais outrora percorridos pelo médico investigador.
Para a vereadora da Cultura, Isabel Simões Pinto, “é muito gratificante ver a Quinta do Marinheiro em festa, com muitas pessoas a percorrer todos os espaços da Quinta, em família e a fazer pic-nic com amigos, a participar nas diversas atividades propostas, a conhecer e a dar vida à Casa Museu Egas Moniz. Este espaço magnífico convida a estar e a disfrutar e até mesmo a passar “uma noite no Museu”, uma atividade que aconteceu pelo segundo ano consecutivo e começa a marcar o calendário das famílias.”
Lucinda Matos, de Avanca, participou pela primeira vez no “Há Festa na Quinta” e não economizou nos elogios. Entende que “esta iniciativa é muito interessante, porque dá-nos a possibilidade de conhecer a Casa Museu, já quem mesmo vivendo aqui ao lado, raramente usufruímos deste espaço maravilhoso.”
Como não conhecia a Casa Museu Egas Moniz, Teresa Marques veio de Aveiro e confessa que ficou fascinada pela atividade “Visita Encenada”. Caracterizando esta como uma casa de conhecimento, a Aveirense em tom de desabafo disse que “há o falso mito que Egas Moniz foi distinguido pela Lobotomia. E hoje descobri que não. A sua distinção foi pela leucotomia pré-frontal, que lhe deu o Prémio Nobel, mas também pela invenção da angiografia cerebral, que lhe valeu o Prémio de Oslo. Saio daqui com o pensamento que nós, os portugueses, estamos a menosprezar e a esquecer este Prémio Nobel”.
Escolher por qual atividade começar revelou-se um desafio. Afonso Martins de 8 anos disse que “ficou sem palavras quando vi as aves de rapina tão perto de mim. E adorei os jogos tradicionais, porque é raro brincar assim.” Já a mãe do pequeno Afonso, Márcia Pinto, de Aveiro, revelou que “pensei que só as crianças se iam divertir, mas não é verdade. Este evento é ótimo, porque garante uma boa dinâmica entre pais e filhos, principalmente, nos jogos tradicionais.”
Bruno Valente chega da freguesia vizinha, Pardilhó, garante que passou foi um dia cheio de aventuras. “ Nunca tinha praticado stand up paddle e foi muito divertido. Penso que esta iniciativa devia repetir-se mais vezes ao longo ano para todos aproveitarmos a ria.”
Natural da freguesia que viu nascer o cientista, José Tavares afirma que o “Há Festa na Quinta” é muito importante “para mostrar e dar a conhecer às pessoas do e fora do concelho o património cultural e ambiental da nossa região.”
“Abrir as portas da Quinta do Marinheiro e da Casa Museu neste tom festivo é, sem dúvida, uma outra forma de atrairmos novos públicos e darmos a conhecer este nosso património cultural e científico, único no país, aliado à beleza natural de toda a sua envolvente. É, claramente, mais um momento para valorizar e homenagear o nosso Prémio Nobel, afirmando-o no quadro cultural e científico, nacional e internacional, contribuindo, consequentemente, para a valorização do nosso território, particularmente de Avanca”, enalteceu Isabel Simões Pinto.
No próximo ano, os portões da Quinta do Marinheiro voltarão a abrir-se para receber a comunidade com um conjunto de atividades ao ar livre, numa programação pensada especialmente para famílias.