Apresentação da 12ª Revista Terras de Antuã - Histórias e Memórias do Concelho de Estarreja
A 12ª edição da Revista Terras de Antuã – Histórias e Memórias do Concelho de Estarreja foi apresentada no dia 17 de novembro, sábado, na Câmara Municipal de Estarreja, com a presença de vários autores da edição deste ano.
Com a publicação anual da Revista Terras de Antuã, a Câmara Municipal corporiza os princípios preconizados desde a 1ª edição: veículo de divulgação e de discussão da memória coletiva; local onde aqueles que se dedicam ao estudo da história possam editar os seus estudos; incentivo para que mais e melhores trabalhos de investigação possam surgir; meio de angariação de uma base iconográfica, impedindo assim o desaparecimento definitivo de um sem número de documentos gráficos e fotográficos.
“Nesta coletânea fica registada a história riquíssima de Estarreja nos mais variados temas ligados à nossa terra”, salienta o Diamantino Sabina, Presidente da Autarquia. O volume número 12 tem na capa o Cine-Teatro de Estarreja. Edifício inaugurado em Abril de 1950, segundo projeto do arquiteto Raul Rodrigues Lima e classificado como Imóvel de Interesse Municipal, reabriu após obras de reabilitação a 18 de junho de 2005. “Esta casa é uma referência nacional. Figuramos nos números cimeiros das salas nacionais porque temos qualidade acima da média e o Executivo tem apostado numa oferta cultural diversificada. As salas cheias são sintoma disso. E o público, de norte a sul do país, que procura recorrentemente os espetáculos por nós promovidos, também”, explanou o presidente.
Durante a sua intervenção realçou dois artigos: o de Juliana Cunha – “Carlos Marques Rodrigues: o fundador da Fábrica de Descasque de Arroz – a “Hidro-Eléctrica” de Estarreja” e também o de Etelvina Resende Almeida - “Construção naval tradicional no Município de Estarreja. Que futuro? “ “A “Fábrica de Descasque de Arroz” quase viu a sua existência perder-se para sempre! O edifício viu o fim à vista por inviabilidade estrutural! Mas encontrámos uma solução para que esse fim não se desse! Seria a perda de um pedaço de património histórico de valor, e nós não o permitimos. Vai ser reabilitado e restaurado à sua “fácies” original, contudo não com o mesmo fim. Incorporará um “Espaço de Memórias”, privilegiando o ciclo do arroz e entre outras, está prevista uma zona multifuncional, também com área de restauração”, comentou Diamantino Sabina.
Em Pardilhó, onde esteve sediada durante décadas a Sede Nacional do Sindicato dos Construtores Navais (edifício que alberga atualmente a Junta de Freguesia) nascerá brevemente o “Centro de Interpretação da Construção Naval”. Para o presidente, “neste local pretendemos levar avante um programa de Ensino Profissional dedicado exclusivamente à construção naval tradicional. Também como a Etelvina, sabemos que esta secular arte está próxima da extinção. Se nada fizermos, extinguir-se-á, e muito em breve”.
São 12 anos a reunir histórias perdidas e memórias desconhecidas. Páginas brancas transformam-se em segredos e em factos esquecidos ou ignorados ao longo dos anos. A vereadora da Cultura, Isabel Simões Pinto começou por destacar a grandiosidade do trabalho que tem sido realizado desde 2007. “A Revista Terras de Antuã – Histórias e Memórias do Concelho de Estarreja conta com a colaboração de 76 autores, 166 artigos, 2921 páginas e 1767 imagens”, realçou a vereadora. Os assuntos são diversificados e em comum têm um objetivo: ”perpetuar as memórias, preservar e valorizar o património, o passado e a história do município de Estarreja e já foram abordadas várias áreas como a construção naval; a genealogia; a molinologia; a arqueologia, a história religiosa e política local; a educação; o associativismo; as manifestações culturais; a emigração; a imprensa local; as individualidades; a arquitetura; a conservação e restauro e o património edificado, imaterial e industrial”, referiu Isabel Simões Pinto.
Nesta 12ª edição, ao longo das 300 páginas, 15 artigos refletem o trabalho de 20 autores sobre a história e personalidades locais. Servindo de importante veículo de preservação e divulgação do património estarrejense, Rosa Maria Rodrigues, Diretora da Revista, disse que esta “publicação possibilita um maior conhecimento da historiografia local, desencadeia a discussão, permite a divulgação de estudos sobre realidades, factos e momentos que passariam despercebidas, se não fossem publicados desta forma”.
O tema Saudades, transversal a todas as edições, este ano evoca os 50 anos da inauguração da Casa Museu Egas Moniz (1968-2018). “Este tema pretende mostrar que o desejo do Casal Egas Moniz, não só foi corporizado mas mantem-se vivo e este espaço é Hoje, um facto eminentemente cultural onde a Cultura Científica e a Arte se assumem como as suas expressões máximas, pelo que podemos viver sentir e afirmar que esta é a “Nossa Casa”, afirmou Rosa Maria Rodrigues.