Município esclarece descarga de água com tintas no rio Antuã

Na última reunião camarária, no dia 11 de outubro, foram discutidas as razões que levaram a tinta, resultante da lavagem dos instrumentos associados ao ESTAU - Festival de Arte Urbana, a desaguar no rio Antuã.

quinta, 18 de outubro 2018


Sobre o assunto e em resposta à intervenção das vereadoras do Partido Socialista, o Vice-Presidente da Câmara Municipal, Adolfo Vidal, esclareceu que desde o momento em que a situação foi detetada, e durante duas semanas, os técnicos da autarquia monitorizaram diariamente o leito e as margens do rio numa extensão de cerca de 1 km, desde a ponte velha (a montante) à ponte da REFER (a jusante).

“Não foram detetados quaisquer indícios de efeitos nem sobre a fauna nem sobre a flora. Repare-se que esta situação ocorre num momento de reduzido caudal, onde a taxa de dispersão é baixíssima! Não tendo sido assim detetados indícios de efeitos sobre a fauna e flora, percebe-se assim o nível reduzido ou mesmo inexistente da toxicidade dos produtos usados nas pinturas do Estau. Se assim não fosse os efeitos seriam evidentes, o que não foi o caso”, clarificou o vice-presidente.

Quanto à questão da origem da ocorrência, verificou-se que este ano, não foi dada aos elementos que faziam a lavagem dos utensílios instrução precisa sobre o local em que a mesma deveria ocorrer e eles procederam à sua execução no local habitual das edições anteriores que, este ano, não está ligado ao sistema de drenagem de águas residuais. O autarca salientou que foi uma falha da Câmara que “não poderá voltar a ocorrer”. 

Durante a sua intervenção na reunião, o vice-presidente da Câmara Municipal aproveitou a oportunidade para referir que o que realmente preocupa o Executivo é a situação do Rio Antuã no seu todo, nomeadamente na sua situação a montante de Estarreja, preocupação que já foi transmitida Ministério do Ambiente, APA e CCDRC. “Aí sim, temos problemas graves (ainda recentemente em Ul foram noticiados prejuízos graves na fauna motivados por recorrentes descargas das unidades industriais de Oliveira de Azeméis no rio) que tiveram eco na comunicação social nas últimas semanas. Estarreja não descarrega efluentes domésticos ou industriais no Antuã há mais de 10 anos! Tal ocorre por via do esforço que fizemos de alargamento do saneamento no concelho e pela ligação das nossas unidades industriais ao sistema multimunicipal da SIMRIA. Outros, a montante, não o fizeram e nós é que sofremos as consequências porque estamos a jusante e somos os últimos antes do Antuã desaguar na sua foz! Mas toda a ria é também decisivamente afetada”. 

Realçou ainda que o cenário atual do Rio Antuã deveria ser uma preocupação das vereadoras do PS, por se tratar de um problema estrutural e de dimensão relevante para a qualidade de vida dos estarrejenses, agora e no futuro, sublinhando que se trata de uma responsabilidade da Administração Central e do Governo da República.