Homenagem a Joaquim Lagoeiro no centenário do seu nascimento

A Câmara Municipal de Estarreja homenageia Joaquim Lagoeiro, no próximo dia 6, quinta-feira, data do seu nascimento, através de uma exposição “Homem das Palavras” patente na Biblioteca Municipal e com o lançamento do livro “Português sem Mestre III”.

quarta, 05 de setembro 2018


Esta iniciativa tem como objetivo reconhecer e celebrar o contributo do escritor para a cultura do município e do país, e foi desenhada em estreita colaboração com a sua filha, Dulce Pereira, e amigos mais próximos do autor. Contou, também, com o apoio da Junta de Freguesia de Beduído e Veiros.

A entrada é livre.

Um dia para (re)viver memórias
O dia 6 de setembro será para recordar o escritor veirense, Medalha de Mérito do Município em 2006. Pelas 11.00 está marcada uma romagem ao Cemitério de Veiros. 

Mais tarde, às 17.00, será inaugurada na Biblioteca Municipal a exposição “Homem das Palavras”, com um conjunto de objetos pessoais que exemplificam um pouco do que foi a sua vida, enquanto homem e escritor.  A esta hora ainda haverá uma atuação de um quarteto de saxofones da Orquestra Ligeira do Clube Cultural e Desportivo de Veiros.

Já o lançamento do livro “Português sem Mestre III” do escritor, de seu nome próprio Joaquim Henriques Pereira, que nasceu nas terras marinhoas de Estarreja, onde passou a infância e a juventude, está agendado para às 18.00, também na Biblioteca Municipal.

O evento conta com a presença da filha do escritor, Dulce Pereira.

A vida e a herança literária
Ingressou no Seminário, donde lhe provieram as primeiras influências literárias, associadas também ao facto de ter nascido e crescido em terra de emigrantes.

Com obras como "Viúvas de Vivos", "Madre Antiga" e "Milagre em S. Bartolomeu", construiu o que chamou "Tríptico da Terra".
Reformado e residente em Lisboa, mas nunca esquecendo a sua terra, muito pelo contrário, vinha sempre que podia e, sobretudo, mantinha contínua relação escrita com os periódicos locais. Da estadia na capital surgiram, "Mosca na Vidraça", "Manto Diáfano", "As Castigadas", “Os Fraldas”, “Corda Bamba”, “Santos Pecadores”, “Almas Danadas”, “O Poço”, “Cafarnaum”, “Mar Vivo”, “Caiu um Santo do Altar”, “A Congosta”, “Ramilhete Espiritual de Estórias Profanas”, “Manual de Casos de Consciência”, “Flor de Sal – Sonetos de Amor e Escárnio”, “Uma Lágrima do Céu”, “Desconstrução”, entre outras.

De referir, que entre outros, recebeu elogios de Julião Quintinha, Artur Portela, Tomás de Figueiredo e Urbano Tavares Rodrigues, que consideram Joaquim Lagoeiro um dos grandes valores do romance Português da segunda metade do séc. XX. 

Durante o mês de outubro serão distribuídas obras do autor aos alunos do ensino secundário dos concelhos de Estarreja e Murtosa. E em Novembro, dia 9, às 21.oo, realiza-se na Casa Museu Custódio Prato (Bunheiro), a tertúlia “Gentes da Nossa Terra” sobre Joaquim Lagoreiro.

Obras do autor

. Romances
Viúvas de vivos, 1947
Os Fraldas, 1951
As Castigadas, 1953
Corda Bamba, 1955
Mosca na Vidraça, 1959
O Manto Diáfano, 1961
Santos Pecadores, 1965
Madre Antiga, 1968
Almas Danadas, 1970
Milagre em S. Bartolomeu, 1972
O Poço, 1974
Cafarnaum, 1974
Mar Vivo, 1998
Caiu um Santo do Altar, 1999
A Congosta, 2000

. Contos e Novelas
Ramilhete Espiritual de Estórias Profanas, 2001
Manual de Casos de Consciência, 2002
Desconstrução, 2003
Assim no Céu como na Terra, 2006
O Baile, 2010

. Contos Infantis
Uma lágrima do Céu, 2002
Estórias Pequeninas, 2008

. Crónicas Linguísticas
Português sem Mestre, 2007
Português sem Mestre 2, 2009

. Poesia
Flor do Sal – Sonetos de Amor e Escárnio, 2004
João, 2006
Erótica e Satírica, 2010

. Varia
Palavras Ditas, 2002
Tomaz de Figueiredo, 2003