Cine Clube de Avanca na presidência da Federação Portuguesa de Cineclubes
Fundada após o 25 de abril, já no ano de 1978, reunindo cineclubes de todos os quadrantes do país, a Federação Portuguesa de Cineclubes (FPCC), tem agora novos corpos gerentes.
O Cine Clube de Avanca (CCA), que já esporadicamente tinha participado em diversos órgãos de gestão, assume pela primeira vez a presidência da direção da Federação. António Costa Valente, que tem dirigido os destinos do CCA, é agora o novo Presidente da FPCC. Professor universitário e produtor de cerca de uma centena de filmes, tem igualmente uma intensa atividade associativa nas áreas das artes e sobretudo do cinema.
Também António Osório, do CCA, integra os novos Corpos Gerentes, na qualidade de secretário da Assembleia Geral. Cineasta e designer, tem participado na equipa de várias produções de cinema, nomeadamente em obras marcantes do cinema de animação português.
Nos novos Corpos Gerentes estão dirigentes de cineclubes de Abrantes, Amarante, Barreiro, Coimbra, Famalicão, Faro, Guimarães, Tomar, Torres Novas, para além de Avanca, numa abrangência nacional de associados que programam maioritariamente salas icónicas de cinema que se espalham por cidades de todo o continente e ilhas.
Aglutinando o forte movimento cineclubista português, responsável por alguns dos mais significativos projetos, momentos e desenvolvimentos da cinefilia e da política do cinema no nosso país, a FPCC esteve quase sempre na primeira linha do combate da política cultural nacional.
Num primeiro momento, alicerçada no histórico das lutas políticas contra a ditadura e a censura que marcaram grande parte dos seus associados fundadores, a FPCC soube sempre encontrar pontos de equilíbrio entre associados, permitindo trabalho comum, a realização de grandes eventos e um constante debate interno onde o cinema tem sido o motor de olhar a sociedade pelos caminhos da criatividade, da memória e de um amplo colchão cultural a que a cinefilia sempre parece recorrer.
Tendo sido os cineclubes a grande escola de quase toda a geração do chamado “Novo Cinema Português”, continua a ser no seu seio que hoje se continua a cultivar boa parte da visão do cinema independente dos novos cineastas que estão a trazer continuamente distinções para o nosso país.
A nova direção entretanto eleita, surge após um tempo de uma vivência difícil, procurando responder aos cineclubes que, de norte a sul do país, tomam pontos comuns de trabalho e procuram construir uma nova estratégia globalizante para o cineclubismo. É neste contexto que se integra o facto de os cineclubes serem comummente considerados os maiores divulgadores e exibidores do cinema português.