Filmes de Avanca em Itália num dos mais antigos festivais de cinema do mundo
Três filmes produzidos ou co-produzidos pelo Cine-Clube de Avanca e Filmógrafo fazem parte da competição oficial do “65° Montecatini International Short Film Festival”, um dos mais antigos eventos de cinema do mundo. Os filmes serão exibidos no Cinema Teatro Imperiale de Montecatini, na Toscana italiana.
Montecatini é o festival de cinema de curta-metragem mais antigo do mundo e o segundo mais antigo de Itália, após o Festival Internacional de Cinema de Veneza.
Este evento foi criado com o objetivo de atuar como um ponto de referência para o cinema independente em Itália e possui entre os vencedores e numerosos convidados de honra que enriquecem a sua história, personalidades entre os maiores na paisagem cinematográfica e cultural italiana e internacional, como Alberto Sordi, Giulietta Masina, Nanni Moretti, Pupi Avati, Marco Bellocchio ou Rutger Hauer.
Neste festival serão exibidos filmes produzidos por Avanca e abordam a animação, a ficção e o cinema experimental entre a dança e a ficção.
GALOPE de Raquel Felgueiras é uma animação que num único e breve minuto tenta relatar a evolução da História através da imagem de um cavalo. Ao mesmo tempo, este filme procura estabelecer uma relação desta imagem com a evolução do cinema. Dos desenhos rupestres aos jogos ópticos, com o cavalo sempre presente. Como se o cinema tivesse no cavalo o seu animador por excelência. Este filme teve a sua estreia no Festival de Cinema de Avanca.
LANDING de Filipe Martins é um projeto híbrido entre o vídeo-dança e a narrativa ficcional, que também teve a sua estreia no Festival de Cinema de Avanca. A partir de uma interpretação do trabalho coreográfico de Né Barros, personagens metafóricas cruzam-se numa história contada através dos gestos, dos corpos e dos lugares. Neste filme, o grande conflito que atravessa este percurso da vida é o da aterragem sempre incompleta: a aterragem que não será afinal mais do que a chegada a um estado de coisas, a uma imobilidade definitiva. É o eterno conflito entre o arrebatamento das paixões e a aspiração oculta à serenidade, ao equilíbrio, ao conformismo e à morte. Este filme foi co-produzido pelo Ballet Teatro do Porto.
RETRATO, SOMBRA, GRITO de Ana Luísa Vale é uma ficção, que teve a sua estreia no Fantasporto. Neste filme, um homem fotografa uma mulher sentada a ler num jardim. O que parece uma premissa simples divide-se em três perspetivas que relacionam a fotografia com o cinema. A câmara, o olhar, a consciência do espetador, é tudo um espreitar rápido sobre o visor, que expõe a nudez da realidade e a torna numa ficção. Esta obra foi co-produzido pela ESAP – Escola Superior Artística do Porto.
Estas obras integram o projeto de produção cinematográfica que em Avanca tem permitido uma produção regular de cinema entre 10 a 12 filmes ao ano. É também neste contexto que surgiu em 1997 o Festival de Cinema AVANCA que comemorou este ano a sua 20ª edição, afirmando-se como um evento único no país. O festival tem procurado ao longo da sua existência exibir de forma eclética uma seleção da mais recente produção do cinema mundial.