Reabilitação do Mercado Municipal de Estarreja

A Câmara Municipal de Estarreja lançou o concurso público para a obra de Reabilitação do Mercado Municipal de Estarreja com o valor base de 2 milhões de euros (aos quais acresce IVA) e um prazo de execução de 12 meses. A mudança profunda aposta na revitalização da economia local, através de uma significativa operação de reabilitação urbana. As obras irão começar no verão e o mercado temporário funcionará no Multiusos e área adjacente.

Inserido numa das zonas mais nobres da cidade, entre a Praça Francisco Barbosa e o Parque Municipal do Antuã, o Mercado Municipal projetado em 1960 pelo arquiteto António Linhares Oliveira há muito que aguardava uma intervenção integrada e de modernização. O projeto prevê a remodelação integral do mercado coberto (onde funciona o mercado de frescos tradicional) e remodelação total do atual espaço feira (mercado descoberto), garantindo a permanência dos atuais comerciantes e criando uma zona aprazível para captar mais visitantes e utentes.

Criar uma “nova dinâmica, modernizar, ter utilização diária e não apenas dois dias por semana, haver um movimento constante com novos comércios e áreas de restauração que obriguem as pessoas a percorrer novos percursos nesta nova centralidade estarrejense” são os principais pilares do projeto conforme descreve o Presidente da Câmara Municipal, Diamantino Sabina.

A intervenção insere-se na Área de Reabilitação Urbana definida para a Cidade de Estarreja tendo sido definido um programa de regeneração urbana baseado em soluções sustentáveis que privilegiam a economia local através criação de condições de comercialização de produtos e serviços baseados em recursos endógenos. A intervenção pretende conferir características de desempenho adequadas e de segurança funcional, estrutural e construtiva, com vista a criar novas aptidões funcionais e a permitir novos usos ou o mesmo uso com padrões de desempenho mais elevados. A autarquia espera obter financiamento comunitário em cerca de 50% do valor do investimento.

Nova praça aberta e com restauração

Uma das transformações mais importantes surgirá com a demolição do corpo a sul do mercado coberto, com o objetivo de o tornar mais convidativo, abrindo-o à cidade e ao usufruto público. Esta constitui, na opinião do autarca, “a grande alteração ao mercado municipal e vai convidar as pessoas, que não estão habituadas a ir ao mercado e feira, a começar a utilizar este espaço que é público e que vai ficar muito interessante e bonito.”

Nessa plataforma superior será criada a praça da alimentação, com restaurante, churrascaria e esplanada, para além das lojinhas, naquele que será um novo centro de encontro e lazer que pretende trazer “mais utentes ao mercado e feira e novos potenciais compradores e clientes”. A nova estrutura comercial será “fundamental para abrir a nova praça às pessoas e para que elas a visitem diariamente”.

Diamantino Sabina deposita fortes expectativas nesta obra para sustentar o futuro do equipamento municipal, levando-o a afirmar que sem esta renovação e um novo conceito “muito provavelmente em poucos anos” o mercado e a feira morreriam.

Apresentação aos comerciantes

A Câmara Municipal de Estarreja promoveu este mês sessões de apresentação do projeto e de esclarecimento, destinadas aos comerciantes que operam no Mercado Municipal e também aos comerciantes situados na Avenida 25 de Abril, que sofrerá igualmente uma intervenção. “Vamos intervir no Mercado de forma profunda, numa obra de 2 milhões de euros. As coisas vão mudar para melhor. Em colaboração com os feirantes vamos tentar encaminhar as situações da melhor forma e torná-las do agrado de toda a gente. A solução global é muito boa mas há pormenores que devem ser limados. Trabalharemos para que isso aconteça”, salientou Diamantino Sabina.

Presente nessas reuniões, Joaquim Santos, Presidente da Direção da Associação de Feirantes do Porto, Douro e Minho, referiu que Estarreja soube ser ambiciosa: “a Câmara de Estarreja foi excelente e pioneira neste trabalho e tem aqui uma obra considerável e que vai trazer melhorias para a região”. Por sua vez, os feirantes “irão ter um futuro mais próspero, duradouro e com condições próprias do século XXI. Esta é uma obra para eles, um mercado muito mais apetecível, uma feira com mais clientes e o conforto traz mais visitantes. Quem vai ganhar são os feirantes e os comerciantes do mercado”, afirmou.

O projeto trouxe algum alento entre os comerciantes que marcam presença no mercado e feira todas as terças e sábados. Feirante em Estarreja há 45 anos, António Rodrigues acredita no futuro do Mercado Municipal referindo que este projeto “é para o bem de todos”. Na voz de outro comerciante, António Joaquim, o novo Mercado “vai trazer mais clientes. A própria estrutura, muito bem desenhada, vai embelezar a cidade. O negócio não está fácil, mas certamente vai ajudar.”

Joana Carvalho, vendedora no mercado, aplaude a implementação do projeto. “Temos que mudar porque a vida é mesmo assim. O mercado precisava de ser remodelado e para nós vendedores será uma mais-valia”. Proprietário de um café na Avenida 25 de Abril, Abel Oliveira, também elogiou o projeto. “É uma bela ideia, Estarreja já merecia uma coisa destas. Vem melhorar muito esta zona, a envolvência do parque… é uma aposta acertada.” O comerciante antevê um “espaço agradável, movimentado e com afluência”.

Solução temporária passa pelo Multiusos

Durante o prazo de execução das obras, que se prevê ter o seu início até julho, o Mercado Municipal funcionará no Multiusos e nos espaços de estacionamento adjacentes (do Pavilhão Municipal de Estarreja). Diamantino Sabina reforça que “a solução é a melhor possível” garantindo condições para que nesta fase de transição os comerciantes façam o seu negócio sem grandes constrangimentos. Também a Avenida 25 de Abril, que será alvo de beneficiação, será cortada ao trânsito por um período estimado de 4 meses.