Complexo Químico de Estarreja recebe visita de Eurodeputado Carlos Zorrinho
O eurodeputado - único membro português permanente da Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia do Parlamento Europeu - visita esta manhã o Polo de Estarreja numa iniciativa promovida pelo PACOPAR.
O Complexo Químico de Estarreja (CQE) recebe esta segunda-feira a visita do destacado eurodeputado português Carlos Zorrinho – o único membro português permanente da Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia do Parlamento Europeu. A iniciativa pretende sensibilizar o político para a necessidade de redução dos preços energéticos em Portugal, cuja situação coloca em grande desvantagem competitiva a indústria química nacional no contexto europeu e mundial. As cinco empresas do CQE – Air Liquide, AQP, CIRES, CUF-QI e Dow Portugal, que contribuem com 400 milhões de euros anuais para as exportações nacionais, enfrentam dos mais elevados preços de energia da Europa.
Promovida pelo PACOPAR – Painel Consultivo Comunitário do Programa Atuação Responsável® de Estarreja, a iniciativa dará a conhecer ao Eurodeputado as empresas que integram o CQE, a sua interligação em termos de fornecimento de matérias-primas e os fatores determinantes para a sua competitividade, nomeadamente os preços da energia elétrica e do gás natural. A indústria química de Estarreja atua no mercado único europeu com empresas concorrentes que têm custos energéticos entre 20 a 40% mais reduzidos, colocando em causa a sua capacidade competitiva.
A situação é tanto mais desvantajosa quanto mais energia consome uma empresa, como é o caso no Polo de Estarreja em que o preço da energia pesa entre 40 a 80% no respetivo Valor Acrescentado Bruto (VAB). Parte integrante de um setor fundamental para a economia local e nacional, a produção exportada da indústria química de Estarreja é de 400 milhões de euros anuais contribuindo direta e indiretamente para a manutenção de, respetivamente, 600 e 2000 postos de trabalho. A continuação da rentabilidade da atividade, as possibilidades de competir em mercados globais e a capacidade de fazer investimentos em aumentos de capacidade e novos produtos estão fortemente dependentes de uma redução dos custos energéticos.
É necessário harmonizar preços energéticos na Europa
A distorção dos preços da energia na Europa resulta de vários fatores, sobretudo dos mercados de energia, tarifas de acesso às redes, remuneração do serviço de interruptibilidade e períodos tarifários. A correção destas distorções exige, advogam as empresas químicas, a conjugação de medidas diversas à escala nacional e europeia, que passam essencialmente pela implementação de um competitivo mercado interno de eletricidade na Europa, com harmonização dos preços de mercado e convergência dos custos regulados. Por outro lado, num período transitório, é necessária a criação de mecanismos de apoio aos consumidores industriais cujo custo da energia tem um peso significativo no VAB.
As empresas químicas de Estarreja têm vindo a atenuar esta desvantagem competitiva com aplicação contínua de tecnologia para a melhoria de eficiência produtiva, através de uma maior racionalização de consumos. Apesar da tendência de deslocalização para mercados emergentes, o setor tem conseguido não só reter a produção em Estarreja, como aumentar. Em 2009, o CQE investiu cerca de 250 milhões de euros para duplicar a capacidade produtiva da cadeia de poliuretano, um projeto considerado PIN (Projeto de Interesse Nacional). Porém, as empresas vêm alertar para a situação de perda de competitividade e para a necessidade urgente de corrigir estas distorções nos custos da energia.
Subscritoras do programa voluntário Atuação Responsável®, de que é exemplo a criação do PACOPAR, com forte impacto na melhoria da qualidade de vida da comunidade local, as empresas químicas Air Liquide, AQP, CIRES, CUF-QI e Dow Portugal defendem a criação de “um mercado único europeu de energia que conduza a uma economia de baixo carbono, ao reforço de segurança do abastecimento e a preços de energia competitivos.”