III Congresso de Psicologia de Estarreja

No total, 114 inscritos marcaram presença no Cine-Teatro de Estarreja para partilhar durante dois dias, com 11 palestrantes e 4 moderadores, os “Desafios da Psicologia, Educação e Cultura na Infância e Adolescência”. Foi este o tema que norteou o III Congresso de Psicologia de Estarreja, realizado nos passados dias 21 e 22 de maio, que uma vez mais termina com olhos postos na próxima edição.

Promovidas pela Câmara Municipal de Estarreja, através do Gabinete de Psicologia, as jornadas contaram com painéis dedicados ao desenvolvimento da linguagem, à cultura na adolescência, ao bullying, às dinâmicas cerebrais e à componente lúdica da aprendizagem, à importância da biblioterapia, às questões psicossociológicas do comportamento na infância e adolescência dentro e fora do contexto escolar. Temáticas que procuraram dar resposta aos desafios dos profissionais, mas também das famílias conforme referiu Diamantino Sabina, Presidente do Município de Estarreja, na sessão de abertura do congresso. “São exigências que temos todos os dias como educadores e as dúvidas que nos assombram diariamente”, explicou o autarca. Focado nas experiências familiares, Diamantino Sabina acrescentou que “há sempre grandes desafios na educação dos filhos” e dúvidas que “serão certamente mais aclaradas e diminuídas nestas boas palestras.”

José Pinto da Costa, professor catedrático em medicina legal foi uma das presenças nesta edição do Congresso de Psicologia de Estarreja, ao lado de especialistas como Marisa Lousada, Góis Horácio, José Pais Ribeiro, Rute Teixeira, Maria Leal e Joana Casanova, bem como profissionais dedicados ao estudo e implementação da componente lúdica na aprendizagem, assimilação de conceitos e prevenção de comportamentos como Jorge Resende, fundador da empresa Xeque-Mate, e Cátia Vaz, autora do jogo “A Brincar e a Rir o Bullying Vamos Prevenir.” Sirlene Cristófano, escritora de literatura infanto-juvenil, introduziu o conceito de biblioterapia, na última apresentação do congresso, mostrando como a leitura pode ajudar contra a criminalidade e exclusão.

Caloiros e repetentes

Curiosos, pais, educadores, estudantes, especialistas ou profissionais da área ou de áreas conexas marcaram presença nestas jornadas. A “procura de saber” foi a principal motivação para todos eles. O motivo foi também apontado por Sílvia Machado, de Sever do Vouga. A docente de Intervenção Precoce procurou conhecer melhor as respostas aos desafios “profissionais, mas também como mãe”. Presença assídua nas várias edições do Congresso de Psicologia de Estarreja, Ana Cláudia Magalhães, aluna do 2º ano da Licenciatura em Psicologia da Universidade de Aveiro, participou nas jornadas para “ter mais referências e aprender mais”. “É sempre bom para complementar” a matéria dada na faculdade, acrescenta a estudante que considerou o painel muito “interessante”.
 

Conhecer a psicologia para melhores decisões

Telmo Mourinho Batista, Bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses, partilhou a sessão de abertura do III Congresso de Psicologia de Estarreja com Diamantino Sabina. Além de agradado por regressar a Estarreja, Mourinho Baptista congratulou a Câmara Municipal por promover o conhecimento de “um auxiliar precioso da sociedade atual”, referindo-se à psicologia. Para o Bastonário, “o contributo da psicologia é verdadeiramente significativo e sobretudo desconhecido”. Como exemplo da noção de melhoria social que a psicologia pode promover, Telmo Mourinho Baptista chamou às suas declarações as Eleições Europeias e a ida às urnas no passado domingo para chegar ao “comportamento eleitoral”: as pessoas “se não entenderem a relação entre o seu comportamento e a suas consequências (…) acham-no inútil e, por isso, são menos intervenientes (…), não votam, não participam.”

João Alegria, Vereador da Educação e Juventude da Câmara Municipal, considera “muito positiva” a realização desta edição do Congresso de Psicologia. “A oportunidade de juntar um conjunto de profissionais e especialistas nas diferentes temáticas para partilhar práticas, colocar problemas e resolver desafios foi um objetivos alcançados. O trabalho com crianças e adolescentes é bastante desafiador, exige um trabalho colaborativo e com equipas multidisciplinares para que as respostas sejam eficazes e que despistem os problemas mais precocemente possível e, em conjunto com as famílias, se encontrem os melhores caminhos para o seu desenvolvimento harmonioso. E a educação sendo uma tarefa de todos e diariamente exercida, precisa de uma contínua reflexão, e estes são momentos de fundamental importância para esse exercício”, conclui João Alegria.

:: As apresentações deste Congresso estão disponíveis aqui