Jovens surpreendem com ideias inovadoras
Produção de café e reciclagem de resíduos de couro. Nestes produtos estão as ideias inovadoras e vencedoras do Concurso de Ideias Jovem Empreendedor Estarreja 2013.
Produção de café e reciclagem de resíduos de couro. Nestes produtos estão as ideias inovadoras e vencedoras do Concurso de Ideias Jovem Empreendedor Estarreja 2013. Os prémios foram entregues numa sessão que decorreu na Biblioteca Municipal no passado dia 11 de junho.
“Atomic” e “EcoShootShoes”, são o nome dos dois projetos para a produção de café e para a recolha e separação de resíduos de couro, respetivamente, que venceram o concurso promovido pela DESTAC – Associação para o Desenvolvimento do Centro Urbano de Estarreja, em parceria com a Câmara Municipal de Estarreja, SEMA e Escola Secundária, e patrocinado pela Dow Portugal.
A “Atomic” – Produção de Café e Derivados venceu o concurso na categoria Ideia Jovem, para estudantes do 3º ciclo. Trata-se de uma empresa inovadora para a produção de café e reaproveitamento das cápsulas, uma ideia dos estudantes José Garrido, Daniel Marrinhas e Ana Rita Pires. “EcoShootShoes, Lda” – Centro Coletor e Separação de Resíduos de Couro, um projeto de Sandra Cristina Vieira e Maria Celina Bártolo, é o vencedor da Categoria Jovem Empreendedor, destinado ao ensino secundário. Os vencedores de cada categoria receberam uma cheque-prenda no valor de 500€ (artigos escolares) atribuído pela DOW Portugal.
Jacint Domènech, diretor geral da Dow Portugal, entregou os prémios aos vencedores, cujas ideias o surpreenderam. “Pensamos que no mundo já está tudo inventado, que já se conhece tudo e ainda vemos aqui coisas que são completamente novas”, diz.
O Concurso de Ideias Jovem Empreendedor Estarreja tem como objetivo a seleção de projetos inovadores nos vários setores de atividade, que assentem principalmente na Inovação, Tecnologia e Responsabilidade Ambiental, eixos primordiais para o desenvolvimento empresarial, valores que estão na génese The Dow Chemical Company.
“Para nós é muito importante este tipo de concursos, não pelo prémio em si, mas pelo valor que eles representam. Os estudantes, as escolas são o nosso futuro. Eles têm que desenvolver-se e trabalhar para fazer coisas diferentes do que se fez até agora. Se não apostarem na inovação e criatividade, nós não vamos melhorar. E temos de olhar para o futuro, para que ele seja melhor”, realça Jacint Domènech.
“Melhorar é urgente”
Melhorar é, portanto, necessário, e, até, “urgente, para que no futuro, possamos delegar tudo o que nos foi dado até à data, à Câmara Municipal de Estarreja, às empresas e aos professores”, afirma o presidente da comissão administrativa provisória do Agrupamento de Escolas, Jorge Ventura. Essa melhoria pressupõe dois conceitos fundamentais: “uma comunidade ativa e uma escola ativa, para que cada um possa desenvolver mais tarde a comunidade, para que todos tenhamos mais comodidade, mais satisfação e bem-estar”, considera.
Este concurso é a expressão prática dos vários programas que têm sido desenvolvidos ao longo dos últimos anos pelos vários parceiros que assumem que “o empreendedorismo é uma matéria a implementar nos currículos escolares, como forma de desafiar os jovens a apresentar novas atitudes perante o mundo que hoje vivemos”, referiu o presidente da Destac e vereador da Educação da Câmara Municipal, satisfeito com “a qualidade das ideias apresentadas”.
Aos olhos do autarca, “é de fundamental importância dar oportunidade aos jovens para que demonstrem as suas capacidades e competências, para que inovem e apresentem à sociedade perspectivas novas e diferentes aos desafios novos com que hoje nos deparamos. Os jovens assumem esses desafios e só assim se pode evoluir, ganhando mais cidadania e valor”, esperando-se que esta dinâmica se vá repercutir na nossa sociedade e no seu desenvolvimento económico e social.
O Sapatão – novo protagonista na reciclagem
O Sapatão vem responder a essa urgência de melhoria. Ele será um novo protagonista na reciclagem, um conceito criado por Maria Celina Bártolo e Sandra Cristina Vieira, elemento essencial para a “EcoShootShoes, Lda”. “Com esta ideia pretendemos fazer a recolha de resíduos de couro. Tudo o que seja de couro, casacos, malas, cintos, etc. Pretendemos implementar o sapatão, para as pessoas lá colocarem os resíduos, e nós fazermos a reciclagem. Tiramos as atacas, os botões, os fechos e depois vendemos esses produtos”, explica Maria Celina Bártolo. A ideia nasceu durante a preparação para a prova de aptidão profissional, no final do 12º ano, com a colega Sandra Cristina e a professora das duas. A EcoShootShoes vai dar um chuto para o futuro, porque “melhorar é urgente”.
Criar emprego
Durante a sessão, os estudantes ficaram a conhecer o percurso do jovem alfaiate avancanense João Paulo Rodrigues, que deixou uma mensagem de esperança associada a determinação. “Qualquer pessoa pode crescer profissionalmente e aplicar as suas ideias a nível profissional. Não é fácil, mas é possível. Acredito nisso há uns anos, por vezes com falhas e retrocessos mas que me potenciaram para o futuro e que potenciem ainda mais para coisas maiores”, afirma adiantando que se encontra numa fase de transição, “impulsionado a cumprir novos objetivos”, designadamente a desenvolver, conjuntamente com os seus associados, a sua nova marca de camisas, a “Slägen & Zonen” que pretende internacionalizar, e tendo como grande objetivo a criação de “emprego na nossa zona”.