Solistas com percurso singular atuam em Estarreja

Ricardo Silva (Trompa), Ricardo Antão (Eufónio) e Gabriel Antão (Trombone) aprenderam os primeiros acordes na Banda Visconde de Salreu e o seu talento levou-os pela Europa fora. Os 3 jovens estarrejenses serão solistas no concerto de encerramento do projeto “Músicos da nossa Terra”, no próximo sábado, dia 4, pelas 21h30, no Multiusos de Estarreja, com entradas livres. O espetáculo contará com a presença de mais de 100 músicos, em estágio durante esta semana, divididos num Grupo de Música de Câmara, num Grupo de Guitarra Clássica e numa Banda Sinfónica.
 
Ricardo Silva, bolseiro da fundação Calouste Gulbenkian, desempenha atualmente as funções de 1º Trompa na Staatsoper de Hannover e frequenta o Masterdegree na Hochschule für Musik “Hanns Eisler”, em Berlim. O ano passado conquistou o 2º lugar na 25ª Edição do Prémio Jovens Músicos, categoria Trompa Superior. Em 2010 foi semifinalista do prestigiado concurso ARD Music Competition em Munich. Na temporada 2011/12 desempenhou as funções de 1ª Trompa na Orquestra Metropolitana de Lisboa. Como artista convidado, colaborou com a Orquestra Sinfónica do Porto – Casa da Música, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra da Madeira, Orquestra Filarmonia das Beiras e Orquestra do Norte.
 
Gabriel Antão é, desde outubro de 2011, trombone solista da Tonkünstler Niederösterreichisches Orchester (Orquestra da Baixa Áustria - Viena) e membro de grupos como "RSBrass" (grupo de metais da Orquestra Sinfónica da Rádio de Berlim), "Mr SC and the Wildbones Gang", ensemble de trombones da Universidade de Berlim, e colabora frequentemente com o grupo de metais da Orquestra Filarmónica de Viena, Phil-Blech. Foi membro da Gustav Mahler Jugend Orchester e da Orquesta de Jovens de la Sinfónica de Galicia. Como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, ingressou na Universität der Künste Berlin (Universidade de Artes de Berlim), tendo terminado todos os cursos com classificação máxima.
 
Ricardo Antão ganhou este ano o 3º Prémio no International Tuba and Euphonium Competition, em Linz, Áustria, em 2012. Já o ano passado tinha sido semi-finalista no concurso Lieksa International Euphonium Competition, na Finlândia. Este jovem que também estou na ESMAE, no Porto, concluiu a licenciatura com 20 valores, com apenas 19 anos. Em 2010 ingressou na Hochschule der Künste Bern, em Berna, Suíça, onde concluiu o Mestrado em Performance, estudando também trombone. Em 2010 foi Eufónio solista na Brass Band Emmental. Foi o professor de eufónio no 2º Festival de Metais Graves, em Alcobaça, o ano passado. É membro fundador do ensemble português de tubas “How Low Can You Go?”, com o qual já se apresentou como solista.

 
Projeto teve início com as Bolsas de Estudo do Ensino Superior
 
A Câmara Municipal de Estarreja atribui bolsas de estudo a alunos do ensino superior, e em contrapartida os estudantes beneficiários prestam, em regime de voluntariado, duas semanas de serviço à comunidade.
 
É neste contexto que surge o projeto do I Estágio “Músicos da Nossa Terra”, uma ideia da estudante estarrejense Renata Oliveira com o objetivo de reunir e mostrar o potencial musical do concelho.
 
Aos “10 jovens que receberam a bolsa” é-lhes pedido que trabalhem “70 horas a favor da comunidade” e esta retribuição “implica também esta criatividade”, afirmou o vereador da Educação, João Alegria. E assim surgiu “um projeto interessante que a câmara acolheu de bom grado”. Orgulhoso com o resultado, João Alegria considera que “pela adesão que tem tido, está ganha a aposta”, acrescentando que é muito “entusiasmante que se tenha conseguido 100 pessoas para durante uma semana partilharem o gosto pela música”.
 
A jovem beneficiária da bolsa de estudo da autarquia organiza e assume a direção musical do estágio que está a decorrer até sábado no novo Multiusos de Estarreja, em pleno Parque Municipal do Antuã, onde durante todo o dia, desde segunda-feira, ecoam as notas musicais deste empenhado grupo de crianças e jovens. “O nosso concelho é fértil na quantidade e qualidade dos músicos que gera. Alguns por todo o país, outros pelo estrangeiro, uns profissionais, outros por amor, a música une este nosso pedaço de Terra”, salienta Renata.
 
João Alegria sublinha que “temos jovens que dão cartas lá fora” e os estarrejenses terão oportunidade para os ver atuar este sábado, num espetáculo que promete “uns acordes finais muito interessantes”, espelhando “o que se vai fazendo no concelho com excelente qualidade”, fruto do trabalho desenvolvido pelas bandas locais e outras escolas de música. Este estágio tem a colaboração especial da Banda Visconde de Salreu, da Banda Bingre Canelense e da Banda do Club Pardilhoense, que cederam os instrumentos de percussão.
  
  
Site www.musicosdanossaterra.com