Qualificação da frente lagunar de Estarreja em concurso

Está a decorrer o concurso público da empreitada de “Reordenamento e Qualificação da Frente Lagunar de Estarreja – Cais de Canelas, Cais de Salreu e Esteiro de Estarreja”, no âmbito da intervenção da Polis Litoral Ria de Aveiro. O anúncio foi publicado na última semana no Diário da República. Com um valor base de 534.000,00 €, o concurso estabelece um prazo de execução de 120 dias.

Este é mais um passo significativo que materializa uma já conhecida prioridade municipal. “Consolida-se o desígnio deste executivo de Virar Estarreja para a Ria. Agora pela via do Polis, daremos continuidade à recuperação que iniciámos em Canelas – interligando com a Estação Viva e o Parque Álvaro Nora – e em Salreu, potenciando  a sala de visitas do Bioria. E tornamos possível a intervenção no histórico Esteiro de Estarreja, que já foi o 2º maior porto de sal da Ria de Aveiro e gradualmente foi perdendo importância e qualidade ambiental – exactamente o que se pretende reverter com a futura recuperação”, diz com satisfação José Eduardo de Matos, presidente da Câmara Municipal de Estarreja.

A concretização no terreno do projecto Polis dá ao autarca uma nova esperança. “O enorme esforço financeiro próprio e o investimento partilhado que o Município de Estarreja previu no Polis começa finalmente a tomar forma, pois também os projectos para os restantes cais e os relacionados com a hidrodinâmica e dragagem da Ria estão a avançar, dando esperança de que finalmente se inverta a gradual degradação da laguna e das terras confinantes, face à excessiva pressão da água salgada”.

Medidas que também contribuem para a redescoberta da identidade cultural local e da riqueza natural do concelho e para estimular a vivência da Ria de Aveiro. “Que os Estarrejenses usufruam da enorme riqueza do nosso património natural, tão ignorado e agora sucessivamente retomado ou descoberto, mesmo por visitantes e turistas”, afirma o autarca.

OBRAS NOS ESTEIROS DE ESTARREJA, CANELAS E SALREU

A limpeza do canal e a recuperação e estabilização das margens são as principais obras previstas para o Esteiro de Estarreja. Neste local prevê-se a “recuperação das muralhas existentes e a limpeza superficial do esteiro que está assoreado, por haver ligação ao Rio Antuã”, para além da intervenção “ao nível do coberto vegetal” e a criação de “passadiços entre as duas margens”, enumera Adolfo Vidal, Chefe de Gabinete de Apoio ao Presidente da Câmara Municipal, que coordena a operação Polis no Município.

No Ribeiro de Canelas, descreve Adolfo Vidal, vai-se avançar para “o arranjo do esteiro velho, nomeadamente a parte dos caminhos, arranjo das margens, ligação dos diferentes espaços existentes e criação de miradouros junto à água”.

Em Salreu, destaca-se a criação de um “sistema de passadiços que entra pelos arrozais quando é possível e a recuperação de um edifício”, adquirido pela Câmara Municipal. Localizado no largo do Esteiro, essa edificação antiga, e em tempos utilizada como armazém de sal e junco, vai ser recuperada a transformada num espaço “de apoio para visitantes, nomeadamente caravanistas, e que possa servir para exposições relacionadas com a temática do arroz, do sal ou do BioRia”.

Nos casos de Canelas e Salreu, trata-se da 2ª fase da intervenção, sendo que a primeira foi executada pela Câmara Municipal de Estarreja.

De uma forma global, estas intervenções caracterizam-se pelo seu cariz minimalista e sem impacto ambiental, adequados à ZPE – Zona de Protecção Especial onde se inserem.