Casa Melhor já apoiou 124 famílias
A Câmara de Estarreja ajudou, desde 2004, 124 famílias a fazerem obras de conservação nas suas habitações, ao abrigo do programa Casa Melhor, num investimento superior a 425 mil euros.
O balanço foi apresentado durante a sessão de entrega das comparticipações financeiras a 13 famílias, no âmbito da 8ª edição do programa de Conservação de Habitações Degradadas de Pessoas Carenciadas do Município de Estarreja, que em 2010 apoia um total de 20 casos.
Durante a sessão, que decorreu na Biblioteca Municipal, e que assinalou o final das obras de conservação nas habitações das 13 famílias, o presidente do Município, José Eduardo de Matos, salientou que apesar da redução em 21% dos Orçamentos para 2010 e 2011, “aqui não reduzimos. Devemos manter e salvaguardar as políticas sociais”. A verba prevista para o programa Casa Melhor para 2011 é de 80 mil euros, igual aos anos anteriores.
O autarca realça a importância do programa ao “mobilizar as pessoas para elas próprias fazerem o que é necessário na sua própria casa”, ao mesmo tempo que mantém os beneficiários “no seu meio natural e afectivo”. O balanço é por isso “muito favorável. Conseguimos garantir que estas mais de 100 famílias possam manter a sua casa com melhores condições e lutar por ela,” salientando a colaboração das Juntas de Freguesia e demais parceiros sociais.
Criado em 2004, o Casa Melhor presta ajuda financeira aos agregados familiares que, pretendendo fazer obras de conservação nas suas habitações, não possuam capacidade financeira para custear a sua realização.
O tipo de obras é diversificado, sendo as mais frequentes reparações de telhados e o arranjo de paredes interiores, instalações sanitárias e instalações eléctricas. “São pequenas obras como restauros exteriores ou modificações internas”, explica a vereadora da Acção Social, Rosa Simão.
As obras podem ser financiadas até quatro mil euros por agregado familiar, independentemente do custo total da intervenção. Um valor que poderá “fazer toda a diferença. Não muda o mundo mas vai mudando algumas coisas. Esta é uma medida positiva e prática”, afirmou a vereadora que lembra o caso de uma senhora idosa, em Pardilhó, que nunca teve casa de banho na sua habitação. “Continuam a existir casos deste e aqui perto”, alerta. Por isso a aposta no Casa Melhor que traz “conforto, saúde e modifica as vidas dos beneficiários”.
Durante a sessão, as técnicas da autarquia Paula Leitão, da Divisão de Obras Particulares, e Virgínia Costa, da Divisão de Assuntos Sociais, apresentaram os casos que foram alvo de intervenção, mostrando as condições em que viviam estas famílias.
Em Salreu, uma idosa morava numa casa cujos tectos ameaçavam ruir, “estavam podres”, tal era o mau estado de conservação. Hoje, esta é uma casa “totalmente diferente”, afirmava Paula Leitão, da Divisão de Obras. Outra situação comovente aconteceu em Fermelã onde uma pequena obra se tornou muito significativa. Trata-se de uma idosa que “não tinha as mínimas condições de habitabilidade” e hoje tem uma casa com “muito boas condições. É muito gratificante”, afirmou a técnica.
Uma das beneficiárias, Rosa Sousa, de Pardilhó, estava feliz por poder dar à neta uma casa confortável e que agora dispõe de um quarto para a criança que está sob sua custódia. “Agora são boas as condições”, afirmou, lembrando que chovia dentro de sua casa.
Tal como Conceição Saramago, de Salreu, que não dispunha de capacidade financeira para avançar com obras na sua habitação e também vivia com o medo que chovesse. “Chovia muito na sala e estava cheia de humidade”, descreveu. Conceição Saramago confessa que “até tinha vergonha de abrir a porta ao padre. Sinto-me mais feliz”.
Este é um programa com grande impacto junto das populações mais carenciadas, contribuindo de forma significativa para minimizar os problemas habitacionais, em prol da melhoria das condições da qualidade de vida das famílias.
O apoio prestado tem vindo a revelar-se muito importante para as famílias, que de outro modo, não conseguiam, por si só, proceder a determinadas melhorias e dotar os seus espaços habitacionais de conforto e condições mínimas de habitabilidade.
A autarquia cumpre assim o seu papel activo enquanto agente social para a inclusão de todos os cidadãos, colaborando no esforço de dotar as habitações de conforto, salubridade e segurança, condição essencial para a qualidade de vida das populações.
Testemunhos dos beneficiários
. “Não posso continuar a lavar-me numa bacia, agradeço esta ajuda como do pão para comer.”
. “Os miúdos agora vão fazer melhor os trabalhos de casa, pois antes era à luz da vela.”
. “De Inverno dormimos cheios de medo, está tudo podre. O telhado vai trazer-nos mais segurança.”
. “Aqui já nem tecto existe. Pela primeira vez na vida vou ter uma prenda destas.”
. “Tudo indica que no Natal os meus meninos terão como prenda de Natal os seus quartos, graças a vocês. Não tenho palavras para agradecer.”