Livro "A Terra Marinhoa na Idade Média"
O livro "A Terra Marinhoa na Idade Média", da autoria de Marco Pereira, é apresentado este sábado, 21 de Agosto, pelas 18h, na nova sede da Junta de Freguesia de Veiros, que promove a edição.
O estudo histórico é o resultado de anos de pesquisa, repartida pela Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, Biblioteca Pública Municipal do Porto, Biblioteca Nacional de Lisboa, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Arquivo da Universidade de Coimbra, Arquivo Distrital do Porto, entre outros. A iniciativa conta com o apoio da Fundação Solheiro Madureira.
Este é mais um contributo de um autor local para o conhecimento da nossa histórica e um enriquecimento cultural das nossas gentes, cuja identidade comum foi crescentemente influenciada pela “terra marinhoa”.
No mesmo dia, a Junta de Veiros, e no âmbito das comemorações do Dia da Freguesia, inaugura uma exposição com trabalhos em Arraiolos, ponto jugoslavo e bordados. A Junta aproveita a oportunidade para abrir as portas do novo edifício, convidando a população a visitar a futura sede.
Resumo do Livro
A chamada Terra Marinhoa, que é alvo do estudo, corresponde ao concelho da Murtosa, mais as freguesias de Veiros e Pardilhó, do concelho de Estarreja. Em 1250, D. Afonso III confirmou o aforamento colectivo de «Veeyros», outorgado por D. Sancho I em 1210, que constitui a primeira referência escrita à Terra Marinhoa.
Outros aforamentos colectivos viriam a ser promovidos pelo Mosteiro de Arouca, donatário da terra desde 1257, no sul de Veiros (1274) e da Murtosa (1286). A população ocupou assim, inicialmente, as terras junto à antiga foz do Vouga, o que assegurava melhores comunicações.
A primeira notícia do Bunheiro data de 1378, quando dois pescadores dali foram demandados pelo Mosteiro de Arouca, por pescarem e venderem dois golfinhos, sem pagar a terça parte devida ao Mosteiro.
Nesta freguesia mencionam-se salinas em 1707, época muito recente para as haver no norte da ria de Aveiro.
No início do século XVI, a introdução do milho grosso, fruto das descobertas marítimas portuguesas, transformou a paisagem e contribuiu para o aumento da população (afectada nos séculos anteriores pela Peste Negra), substituindo a até aí cultura dominante do trigo. É por essa altura que se estabelecem as primeiras igrejas.
Do lado oposto da ria, na região onde actualmente se ergue a Torreira, criavam-se na Idade Média cavalos e vacas. Apresenta-se, enfim, informação de interesse arqueológico, que contribui para a medição da idade da ria de Aveiro.