Voluntários estiveram juntos pela Floresta
Jovens lamentam comportamentos danosos
A Câmara Municipal de Estarreja assinalou o encerramento do programa “Juntos pela floresta, Todos contra o fogo no concelho de Estarreja – 2010", que decorreu durante o mês de Julho. A sessão decorreu no auditório da Biblioteca Municipal na última sexta-feira.
A vigilância das áreas florestais do concelho foi a missão dos voluntários. Durante o mês de Julho, um total de 17 jovens percorreram as zonas florestais para realizarem acções de vigilância, de sensibilização da população, de recolha de lixo e inventariação de lixeiras e de inventariação de caminhos florestais, informação que passará a constar no SIG – Sistema de Informação Geográfica, no que diz respeito à Defesa da Floresta contra Incêndios.
A presidir a sessão, o vereador da Protecção Civil, Diamantino Sabina, expressou o agradecimento da autarquia “por esta vossa vontade em colaborar que é inestimável”.
Referindo-se à simbólica contribuição financeira prevista no projecto, Diamantino Sabina afirmou que “a vossa disponibilidade, vontade de ajudar e a vossa cidadania são valores que aqui ultrapassam qualquer tipo de valor pecuniário”. Este ano, o projecto decorreu durante o mês de Julho. Uma situação que o vereador pretende melhorar no próximo ano, estendendo a vigilância a toda a época florestal.
Os jovens voluntários transmitiram 9 alertas (7 fogos e 2 lixeiras) às entidades responsáveis. Manuel Reis, da corporação dos BVE, sublinhou o “papel que não é insignificante, é muito importante” destes jovens. “A segurança começa em cada um de nós e estes gestos fazem a diferença”, afirmou o Bombeiro.
Presente na sessão, o Chefe António Valente disse que este é um “trabalho louvável e é também com o apoio deles que muitas vezes se evitam os fogos florestais”. O Bombeiro espera que no seguimento desta acção, se encontrem jovens que queiram disponibilizar mais tempo em prol desta causa e até frequentar a escola de bombeiros.
Jovens lamentam comportamentos danosos para a floresta
Os comportamentos impróprios de alguns cidadãos inconscientes surpreenderam os voluntários. Os 1600 kgs de lixo recolhidos num único mês e as inúmeras lixeiras detectadas são um pesado e negro exemplo da realidade escondida na floresta concelhia.
A equipa de vigilância da zona industrial dá nota de várias situações de lixo e lixeiras na floresta, que representam também potenciais focos de incêndio ou facilitadores dos fogos.
Micaela Correia, 18 anos, de Beduído, não tinha a “noção da quantidade de lixo que as pessoas colocam para o chão”. E relata uma ocorrência que a chocou fortemente. A equipa deparou-se com livros escolares do último ano lectivo e em bom estado que foram deitados para o lixo e depositados na floresta. “É triste e chocante”, desabafa a jovem voluntária. Apesar desse cenário desolador, a experiência valeu a pena.
Depois de ter participado no projecto, Helena Lopes, 18 anos, da Murtosa, não tem dúvidas que apesar dos 1600 kgs de lixo que conseguiram apanhar, “ainda há muito por recolher”. A jovem lamenta ainda que a floresta seja o depósito de monos, em especial quando existe um serviço municipal de recolha deste tipo de resíduos volumosos. “Há imensos monos na floresta, não havia necessidade…”.
Sobre sua a participação no projecto, Helena considera importante fazer “alguma coisa útil” no período de férias, além de que o projecto é interessante e promove o contacto com a natureza. “Acabamos por nos divertir e contribuir para uma causa importante”, disse.
Outro voluntário, Bruno Roque, que assim como as suas duas colegas de equipa participou pela primeira vez neste projecto, faz um apelo aos jovens para que participem em futuras edições. “Nesta altura de férias, ao participar neste projecto estão a contribuir para a comunidade e a divertir-se. Não é um trabalho aborrecido e acabam por ser umas férias ao ar puro!”.