EMPRESAS QUÍMICAS DUPLICAM PRODUÇÃO: Projecto de Expansão CUF/Dow/Air Liquide em fase de arranque
Um pouco mais de dois anos foi o tempo que levou a execução do projecto de ampliação das empresas CUF – QUÍMICOS INDUSTRIAIS, DOW PORTUGAL e AIR LIQUIDE. O investimento global, na ordem dos 250 milhões de euros, resulta na duplicação da capacidade de produção do pólo químico de Estarreja.
As três empresas do complexo químico de Estarreja não se limitaram a renovar os seus contratos de fornecimento, tendo-os também prolongado por um período de mais 15 anos e acordado duplicar as quantidades de produtos a trocar.
Estes projectos, desenvolvidos de uma forma integrada entre as estratégias empresariais de cada uma dessas três empresas, evoluíram das fases de concepção e projecto para a construção, preparando-se agora o momento do arranque fabril.
A CUF reforça a produção de anilina, – um importante químico para a indústria de Poliuretanos e de borracha – de 100 para 200 mil toneladas por ano, das quais cerca de 70% serão absorvidas pela DOW, a principal cliente da fábrica da CUF em Estarreja. Ao Grupo José de Mello coube a maior parte do investimento, 125 milhões de euros, afirmando-se assim a CUF como uma das cinco primeiras empresas químicas a operar na Península Ibérica e um dos maiores grupos químicos da Europa, com tecnologia própria.
A DOW, uma das empresas líderes mundiais do sector químico, ampliou a fábrica de PMDI (produção de isocianatos políméricos de base MDI), introduzindo, também, melhorias ao nível de segurança processual e o enclausuramento das unidades contendo fosgênio, reduzindo a possibilidade de emissão deste químico para o ambiente a zero. A fábrica de Styrofoam, que produz painéis de espuma de poliestireno extrudido, foi também alvo de uma expansão marginal da linha existente e instalação de uma segunda linha de produção. A multinacional americana investiu um total de 65 milhões de euros neste projecto de expansão do PMDI e do Styrofoam.
Neste quadro de interdependência e complementaridade, a AIR LIQUIDE, líder mundial dos gases industriais e medicinais, avançou para a ampliação do seu Centro de Produção de Estarreja, aumentando a produção de hidrogénio e monóxido de carbono, necessários para dar resposta às necessidades específicas da DOW, na produção de MDI, e da CUF, na de anilina, num investimento de 60 milhões de euros da empresa francesa.
Com esta nova capacidade produtiva, tecnológica e também de significativo reforço das condições de segurança, o Pólo Químico/Industrial de Estarreja apresenta-se como um dos mais actuais clusters europeus da indústria química, como evidencia a sua inclusão no Pólo de Competitividade e Tecnologia das Indústrias de Petroquímica e Química Industrial, de referência a nível mundial, constituindo-se assim, mesmo em tempos de penumbra empresarial, como um factor de confiança para o futuro da economia local e nacional.
O ano de 2009 tem-se caracterizado, a todos os níveis do espaço geográfico, pela sequência de notícias sobre diminuição de investimentos, redução dos postos de trabalho e um crescente pessimismo empresarial e social. Neste enquadramento, adquire maior significado a chegada de qualquer notícia sobre futuro e desenvolvimento. Este investimento representa a aposta no futuro do sector químico e no desenvolvimento sustentado da indústria nacional.
Num investimento avultado – o maior alguma vez feito em Estarreja – o Pólo Químico evolui, desta maneira, numa estratégia de desenvolvimento que abrange não só a vertente da capacidade produtiva, mas também a melhoria tecnológica das condições operatórias e de segurança industrial e ambiental.