Filipe Patrício expõe na Casa da Cultura de Estarreja.
quinta, 21 de novembro 2002
A Câmara Municipal de Estarreja convida para a inauguração da exposição de pintura de Filipe Patrício “ Trabalhos Recentes” a realizar no próximo dia 30 de Novembro pelas 16.00H.
A exposição estará patente ao público até ao dia 15 de Janeiro de 2003
Horário:
Segunda>Sexta 09.00H-12.00H
14.00H -17.00H
Fim de Semana 15.00H -18.00H
Entrada Gratuíta
Felipe Patrício
Nasce em 1957 na Cidade de S. Paulo – Brasil
Começou a pintar em 1978, expondo pela primeira vez em 1980.
Exposições Individuais
1983 – Sudário – Palácio D. Manuel, Évora
1985 – Pintura – Galeria Alfarroba, Cascais
1986 – Instalação Clausura – Igreja S. Vicente, Évora
1989 – Pintura – Palácio D. Manuel, Évora
1992 – Galeria S. Bento, Lisboa
1993 – Construções – Galeria Arcada, Estoril
1994 – Construções II – Galeria Évora Arte, Évora
1995 – Construções III – Galeria S. Bento, Lisboa
- Construções IV – Museu Municipal de Torres Novas
2002 – Instalação “Interference” – Maus Hábitos, Espaços de Intervenção Cultural, Porto
- Pintura “Trabalhos Recentes” – Casa da Cultura, Estarreja
Exposições Colectivas
1980 – Instalação Delta – Palácio D. Manuel, Évora
Inauguração da Cooperativa Gesto-Arte – Galeria Municipal de Évora
Planos e Sub-Planos – Galeria Municipal, Évora
50 x 50 – Galeria Municipal, Évora
1984 – Pintura – Palácio D. Manuel, Évora
Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, Coimbra
Salão Primavera, Museu de Évora
Évora, Os Gestos e a Arte – Galeria Nova, Torres Vedras
II Festival de S. Lucas - Museu de Évora
Exposição Nacional de Artes Plásticas de Pequeno Formato
Galeria da Junta de Turismo da Costa do Estoril
Festival Internacional de Arte Viva – Alternativa 4, Cascais
1ª Bienal dos Açores, Ponta Delgada
1986 – 1ª Bienal dos Açores – Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa
III Bienal de Artes Plásticas, Lagos
1988 - Ressurreição da Natureza Morta – Galeria Grade, Aveiro
1991 – Galeria Arcada, Estoril
1993 – Portarte – Feira Internacional de Arte, Portimão
IV Prémio de Artes Visuais e II Prémio Vespeira, Montijo
Arcada 94 – Galeria Arcada, Estoril
1994 – Portarte – Feira Internacional de Arte, Portimão
Estampa – Salon Internacional del Grabado Contemporãneo - Palacio de Velasquez de Madrid, Espanha
Alcântara Studio, Lisboa
Obra Original – Galeria S. Bento, Lisboa
Arte Contemporânea – Galeria S. Bento, Lisboa
1995 – F. A. C. – Feira de Arte Contemporânea, FIL – Lisboa, Galeria S. Bento
Estampa – Salon Internacional del Grabado Contemporãneo – Palacio de Velasquez de Madrid, Espanha
1996 – F. A. C. – Feira de Arte Contemporânea, Exponor – Porto, Galeria de S. Bento
Estampa – Salon Internacional del Grabado Contemporãneo – Madrid, Espanha
1997 – Prémio Vespeira – V Bienal de Artes Plásticas, Montijo
1998 – Grands et Jeunes D’aujourd’hui – Espace Eiffell – Branly, Paris
Galerie « Am Tunnel », B. C. E. E., Luxemburgo
1999 – Grands et Jeunes D’aujourd’hui – Pavillon Mestrovic – Zagreb, Croácia
U. G. D. Umjetnicka Galerija (Museu de Arte Moderna) – Dubrovnik, Croácia
Prémio Vespeira – VI Bienal de Artes Plásticas, Montijo
2001 – Maus Hábitos - Espaço de Intervenção Cultural, Porto 2001
Apresentação de 9Arte.COM - Galeria do Sacramento, Lisboa
2002 – Prémio Vespeira – VII Bienal de Artes Plásticas, Montijo
9Arte.Com – Galeria Sacramento, Lisboa
9Arte.Com – Galeria de Arte da Fundação Portuguesa das Comunicações, Lisboa
“O trabalho que realizo, não se me apresenta facilmente redutível a uma expressão escrita, ou seja, a um conjunto legível de elementos descritivos ou explicativos, que no meu caso, se integrariam num discurso formal geometrizante e eminentemente cromático. De resto, falar de realizações com fortes conteúdos subjectivos, torna-se sempre uma tarefa algo ociosa. O artista tem a nítida noção de que trabalha com o inefável, e que falar dele é absurdo. No entanto, pelo que não diz, o artista preserva para a própria obra, a interioridade, os fundos e valores que habitam o homem. A palavra ficaria muito aquém, de uma significação que viajará na leitura que os outros possam fazer da obra.
Pintar, será um acto tão essencial indómito e imprevisível, quanto seja compor musica na égide de uma emoção, ou de uma necessidade de comunicação irreprimível.
O processo plástico, é para mim, um modo de transmitir conteúdos existenciais, vibrações, transparências, linhas de fuga, encontros, sentimentos, arquétipos, ou decorrências da forma como penso o cosmos – tudo isto segundo um impulso fundamental, que é o de tocar de algum modo uma franja do “belo”.
Os elementos que se me impõem simbolicamente, começam por ser uma valoração imediata e simples; diria, aquela que respeita a carga que os objectos podem ter numa análise “laica”, no entanto, a aspiração que me move, leva-me depois a procurar as latitudes do sagrado, ou seja, a “sacralização” pictórica de alguns materiais vividos.
Esta dimensão humanizada que pretendo encontrar no que faço, implica no entanto uma dualidade descodificadora, que se estabelece entre a visão do artista e aquela que o espectador alcança, segundo novos conteúdos e perspectivas próprias.
Ver e olhar, são coisas definitivamente diferentes; quem olha um quadro, observa desde logo elementos figurados, cores, formas, volumes, amálgamas matéricos, ou linearidades mais ou menos gestualizadas, mais ou menos rigorosas, que emergem para um plano privilegiado de integração; mas quem vê penetra, interroga, dilata, e refaz, indo ao encontro duma riqueza ou mais valia, que repousará na matriz do seu próprio universo sensorial e cognitivo.
Nesta ordem de ideias, o artista assume-se como um interveniente humilde perante o que constrói. Ele sabe que essa construção está sempre inacabada, é um apelo vivo ao que a transcende, aquilo que por comodidade chamamos destino ou nascimento da obra nos outros.”
FELIPE PATRÍCIO- Novembro, 2002