JOAQUIM LAGOEIRO APRESENTOU ESTÓRIAS PEQUENINAS
4º Aniversário da Biblioteca Municipal
No âmbito das comemorações do 4º aniversário da Biblioteca Municipal de Estarreja, a fechar o programa, o escritor estarrejense Joaquim Lagoeiro apresentou, esta tarde, o livro de contos infantis “ESTÓRIAS PEQUENINAS”, que o Município vai oferecer aos alunos do 1º ciclo no próximo Natal.
Na sessão estiveram estudantes do 3º ano da Escola EB1 do Agro. Na conversa com as crianças, Joaquim Lagoeiro, contou a história de um menino chamado Quim que queria aprender a ler num tempo em que “a sala de aula tinha um quadro preto, um livro em ponto grande igual aos que abríamos na carteira. Cada um tinha uma tabuada, um livrinho pequeno que tínhamos de saber de cor e salteado, recitávamo-la entoando-a. Esse o nosso trabalho, a nossa obrigação. Não havia como hoje computadores, a cabeça o nosso computador”, contou.
E, perante uma plateia atenta às suas palavras, prosseguiu. “Também se aprendia a tinha de saber Português a sério. Não havia máquinas para nos ensinar, mas havia o mais importante, o professor. Tínhamos-lhe muito respeito, tanto como ainda lhe merece. Aos seus professores primários ficou a dever, e deve, tudo quanto pôde ser na vida como escritor, pois que esse menino o foi”.
Hoje com 90 anos, Joaquim Lagoeiro exprimiu a sua felicidade por oferecer livros “às crianças da sua terra, por graça do senhor Presidente da Câmara a cuja vontade se juntou a de todos os seus colaboradores. Tê-lo-ei sonhado um dia? Oxalá este gesto seja o do semeador que lança a semente à terra, para que nasça uma seara e floresça então o escritor que dê nome à sua terra. Talvez esteja aqui a ouvir-me. Se está, aí vai um conselho: leia, leia todos os dias. Se ler, saberá escrever. Porque hoje tão pouco se lê é que o nosso idioma anda pelas ruas da amargura. Para o contrariar é que esta Câmara e eu demos as mãos”.
“Que me resta a mim? Agradecer-vos a presença e na pessoa no Senhor Presidente a quantos nesta Câmara olharam para este seu conterrâneo como algo de mais consistente do que a sombra de uma nuvem que passa”.
JOAQUIM LAGOEIRO MEDALHA DE MÉRITO MUNICIPAL 2006
De nome próprio Joaquim Henriques Pereira, nasceu em Veiros, em 1918. Após os estudos foi para Lisboa, onde trabalhou na Caixa Geral de Depósitos, onde fez um percurso notável, até se aposentar. Como complemento desta actividade bancária e na qual se tornaria muito mais conhecido, dedicou anos e anos ao cultivo das letras, publicando com êxito muitos romances.
ROMANCES
Viúvas de vivo
Os fraldas
As Castigadas
Corda Bamba
Mosca na Vidraça
O Manto Diáfano
Santos Pecadores
Madre Antiga
Almas Danadas
O Poço
Cafarnaum
Mar Vivo
Caiu um Santo do Altar
Congosta
Nas margens do amor (a publicar)
CONTOS E NOVELAS
Ramalhete Espiritual de Estórias Profanas
Manual de Casos de Consciência
Desconstrução - Novelas do desconsolo
Assim no Céu como na Terra
Uma Lágrima do Céu – Contos infantis
Estórias pequeninas – Contos infantis
O baile (a publicar)
CRÓNICAS
Português sem mestre – crónicas linguísticas
Português sem mestre II – crónicas linguísticas (a publicar)
POESIA
Flor do Sal – Sonetos de amor e escárnio
João (fora do mercado)
Erótica & Satírica (a publicar)
OUTROS
Palavras Ditas
Tomás de Figueiredo