COMEMORAÇÃO DO 3º ANIVERSÁRIO DA ELEVAÇÃO DE ESTARREJA A CIDADE
Hoje é inaugurada a remodelação do Largo de Santo Amaro
A Câmara Municipal comemora o 3º Aniversário da Elevação de Estarreja a Cidade. A efeméride assinala-se no dia 26 com o lançamento da 2ª edição do livro "Memórias da Feira de Santo Amaro", de Sérgio Paulo Silva, e com um concerto da mais antiga associação do concelho, a Banda Bingre Canelense. Integrado no programa é inaugurada a remodelação do Largo da Feira de Santo Amaro, esta terça-feira, às 11h30. A exposição "Fotografias de Estarreja" da autoria de João Vidal Lemos também celebra a data.
PROGRAMA
TER 15 JAN 11H30
INAUGURAÇÃO DA REMODELAÇÃO DO LARGO DA FEIRA DE STO. AMARO
QUI 17 JAN 18H CASA DA CULTURA
INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO “FOTOGRAFIAS DE ESTARREJA”, DE JOÃO VIDAL LEMOS
SÁB 26 JAN 21H CINE TEATRO | ENTRADA LIVRE
LANÇAMENTO DO LIVRO “MEMÓRIAS DA FEIRA DE STO. AMARO”, DE SÉRGIO PAULO SILVA E CONCERTO DA BANDA BINGRE CANELENSE
REMODELAÇÃO DO LARGO DE STO AMARO
A Câmara Municipal promoveu o arranjo do Largo de Santo Amaro, Freguesia de Beduído. A intervenção de 220 mil euros incluiu a implementação de uma nova estrutura verde urbana, novas ligações viárias, circuitos pedonais, espaços para estacionamento e a criação de um conjunto de equipamentos, nomeadamente o Parque Infantil e o Parque de Merendas, mobiliário urbano, para além da melhoria da iluminação pública.
Para além de requalificar um espaço de interesse patrimonial para actividades de carácter cultural e social, a intervenção assenta ainda na valorização ambiental procurando-se dotar o espaço de uma utilização recreativa e de lazer. A zona de intervenção é composta por uma área central verde, ladeada por um conjunto de edificações e pela Estrada Nacional 224.
O Largo está associado histórica e tradicionalmente à realização da secular Feira de Santo Amaro e por integrar a respectiva Capela, uma construção de reconhecido valor patrimonial e arqueológico. A Câmara Municipal decidiu renovar e dinamizar o espaço conferindo-lhe novos usos e uma nova imagem, dignificando aquele conhecido lugar de Beduído, numa intervenção há décadas reivindicada e agora concretizada.
“MEMÓRIAS DA FEIRA DE ST.º AMARO”
(REEDIÇÃO REVISTA E AUMENTADA)
POSFÁCIO À 2ª EDIÇÃO DO LIVRO, DE SÉRGIO PAULO SILVA
A Feira de Santo Amaro acabou. Foi-se extinguindo como uma árvore velha. Hoje uma pernada, amanhã outra, enquanto as raízes teimavam, em vão, defender a planta. Insensivelmente foi-se extinguindo e, quando a página estava voltada, já ninguém poderia dizer ao certo quando se dera o passamento porque o tempo tecera tudo na sua paciência de silêncios: as gerações de pessoas que a tinham feito ou sustentado, de igual maneira tinham desaparecido e, com elas, os seus animais, os seus hábitos e utensílios. Não vale a pena fingir vidas que já não existem. Já era assim quando fiz a primeira edição deste livro.
Quis então, como quero hoje, resguardar a memória, dar às novas gerações de Estarrejenses um pouco da nossa história, da vida dos seus mais antigos, quer valendo-me de imagens, quer valendo-me de textos. Nesta 2ª edição incluo, entre outros, um texto que fala por si. Na sua leitura atenta fica um precioso retrato de quanto animava a feira. Escrito por ardor político não podia tornar-se mais transparente após a peneira dos anos. No rebusco foi-me ainda possível encontrar mais algumas imagens, sempre preciosas, e penso ser igualmente de grande importância referir o achamento de sinais de vida primitiva no local, aquando das obras recentes na capela, o que nos leva já não para a suspeita mas para a certeza de ser a nossa região habitada por um povo anterior à idade dos metais.
Finalmente, resolvi incluir duas crónicas que escrevi no Jornal de Estarreja apenas para servirem de amostra da miríade de estórias que a feira gerava, também elas, como o bafo do gado, concorrendo para a ambiência que enfeitiça a memória dos mais idosos. Resta-me reiterar o apelo inicial, esperar que no futuro alguém, com melhores recursos e o saber que não alcancei, possa refrescar e tornar mais viva a memória da nossa Feira de Santo Amaro, o que equivale a dizer da nossa gente e de quantos, por muitas léguas em redor, nos tinham por farol.
S.P.S., Outono de 2007
BANDA BINGRE CANELENSE
A 26 de Março de 1865, na sequência do ímpeto empreendedor de alguns arrojados canelenses, amantes das artes mas da música em particular, foi fundada na freguesia de Canelas, concelho de Estarreja, uma Banda Musical – então sob a denominação de Sociedade Musical União Canelense. Em 10 de Junho de 1934, esta Instituição passou a denominar-se Banda Bingre Canelense – assim homenageando o grande poeta canelense Francisco Joaquim Bingre que, sob o pseudónimo de “Cisne do Vouga”, integrou o interessantíssimo movimento poético da “Nova Arcádia”.
Após a sua última grande reformulação estatutária, esta vetusta Associação passou a denominar-se Sociedade Recreativa e Musical Bingre Canelense. Mantendo ininterrupta actividade musical desde a sua fundação, na Banda Bingre Canelense brotaram e se formaram notáveis músicos e maestros – que têm vindo não apenas a integrar grandes orquestras e bandas profissionais, mas também a exercer a docência musical, com elevada distinção, em vários Conservatórios de Música. Intensamente solicitada para actuações por todo o país, a filarmónica é actualmente integrada por sessenta e cinco músicos.
Na sua escola de música, actualmente 53 crianças e jovens frequentam gratuitamente o CIMA – Curso Interno de Músico Amador. Tem por Maestro Titular e Director Artístico, o Sr. Prof. Nelson Aguiar – o qual, tendo iniciado a sua aprendizagem e actividade musical nesta instituição, exerce também docência musical no Conservatório de Música de Aveiro de Calouste Gulbenkian.
Simbólica e justamente, a Associação mais antiga do concelho alia-se, assim, às Comemorações do III Aniversário da Elevação de Estarreja a Cidade.