Construção do novo Complexo de Piscinas Municipais de Estarreja em concurso público
A Câmara Municipal vai construir um novo Complexo de Piscinas que se distingue pelo planeamento de sustentabilidade e de ecoeficiência que se traduz, por exemplo, em poupanças energéticas e de água na ordem dos 50%. Um dia depois de ter sido aprovado em reunião de Câmara o concurso público internacional para a construção do equipamento, o executivo camarário apresentou publicamente o projecto. O preço base do concurso é de 3.664.200,00 €.
O presidente do Município, José Eduardo de Matos, considera que “este projecto marcará pelo sentido de modernidade, sendo um bom exemplo de obra municipal”. O concurso público levará 6 a 7 meses, período após o qual terão início as obras. O prazo de execução da empreitada é de 1 ano.
Oferecendo outro tipo de condições e diversificando as actividades, tais como ginásio, sauna e jacuzzi, o novo Complexo será equipado com 2 tanques cobertos (desportivo e de aprendizagem), “health club”, hidromassagem, solário natural, 2 campos de squash, bancada para 343 lugares, auditório e bar.
O equipamento vai nascer na Arrotinha, possibilitando a expansão do centro da cidade e “servindo como factor de qualificação urbana”, evidenciou José Eduardo de Matos, de uma zona onde se situa o Estádio do CDE e a Escola Secundária, servida pela Rua Dr. Tavares da Silva, a intervencionar paralelamente, ao abrigo das contrapartidas pela instalação do Pingo Doce.
Na lógica da revisão em curso do Plano de Urbanização da Cidade, a nova Piscina consolida o Parque Desportivo Municipal e abre a expansão urbana a nascente, para a Quinta Velha.
A construção da nova Piscina dará resposta aos problemas acumulados na Piscina Maria de Lurdes Breu, em funcionamento desde 1986, que apresenta uma série de lacunas, nomeadamente ao nível do tratamento de água, do tratamento da qualidade do ar, da acessibilidade para pessoas deficientes e no que diz respeito aos equipamentos e tecnologia. Com a data de construção de 1984, a velha Piscina é considerada pelo também técnico da Associação de Natação de Aveiro, como “a instalação do distrito que oferece as piores condições aos seus utentes”.
Durante a apresentação, o responsável técnico da actual Piscina Municipal, Jorge Crespo, expôs as deficiências da actual estrutura que movimenta 50 mil utilizações por ano. O técnico fez parte da equipa multidisciplinar que, em 2003, deu início ao processo do futuro complexo. Para Jorge Crespo, esta é “a opção acertada que vai servir as nossas necessidades. Tem todas as condições para ser um bom equipamento para servir os utentes”.
Resumo do projecto do Complexo de Piscinas
Ontem na Biblioteca Municipal, o vice-presidente da autarquia e responsável pelo pelouro do Desporto, Abílio Silveira, fez a apresentação do projecto do novo complexo, elaborado pelo arquitecto Rui Rosmaninho, autor de várias piscinas municipais em todo o país (Anadia, Almeida, Vilar Formoso e Campo Maior, entre outras).
Abílio Silveira destacou o percurso de 4 anos de maturação e de enriquecimento do projecto, cuja versão preliminar foi levada a reunião de Câmara em 2004. Em termos globais, este é um projecto dimensionado para a realidade local, com recurso às mais inovadoras tecnologias. Do ponto de vista do utilizador, oferecerá condições excepcionais para a prática desportiva e de lazer. Das novidades em relação à piscina actual, Abílio Silveira destacou as salas de formação, a criação de bancada, balneários para bebés e o ginásio, até agora inexistentes nas instalações actuais, e o aumento do plano de água que passa de 387 para 630 metros quadrados.
A intervenção arquitectónica apresentada rege-se por quatro directrizes fundamentais: a definição de uma praça pública, a criação de uma vasta zona verde, a construção de três campos de ténis (a construir numa segunda fase) e de um complexo de piscinas cobertas.
A praça pública, junto à entrada principal do edifício, e a intervenção nos espaços exteriores circundantes materializam zonas de convívio, lazer e desporto, ponto de encontro de pessoas, estabelecendo-se a preservação e criação de áreas ajardinadas e arborizadas. Os estacionamentos localizam-se junto à rede viária.
O terreno de implantação possui boas condições de acessibilidade e complementa outros espaços públicos de desporto e lazer. Na envolvente destacam-se as instalações do Clube Desportivo de Estarreja e a Escola Secundária.
Uma das principais preocupações para a concepção da piscina foi a clara distinção dos espaços interiores para evitar conflitos entre as diferentes funções espaciais. Destacam-se quatro sectores: a zona do público, a zona de serviços anexos, a zona de banho e a zona de serviços técnicos.
A piscina coberta terá dois tanques artificiais. O de 18x10m considera-se de aprendizagem ou recreio e o tanque 25x18 classifica-se como desportivo. A zona de serviços técnicos funciona ao nível da cave.
O espaço do bar possui vista panorâmica para a praça exterior e para o complexo de ténis, fazendo parte da composição do alçado principal do edifício. A sua localização permite igualmente visão para o interior da nave.
Num corpo localizado a norte, situam-se as áreas de ginásio, “health-club”, salas de “squash” e respectivos balneários.
A disposição dos dois volumes que compõem o edifício permite a criação de um pátio interior ajardinado. Para esta área ficam voltados os espaços de “health club”, nomeadamente a sala de relaxamento.
Existe ainda um espaço interior com carácter polivalente, destinado a sala de eventos. Este espaço localiza-se na frontaria do edifício, ao nível da cave, voltado para um espaço complementar exterior onde se situa um anfiteatro.