Assinada a primeira escritura pública do Eco Parque Empresarial
A Câmara Municipal de Estarreja realizou a primeira escritura pública do primeiro loteamento do Eco Parque Empresarial. Os lotes 1, 2 e 3, num total de 9 mil metros quadrados, são da propriedade da empresa Transportes Estrela de Montemor (TEM) que emprega 93 funcionários.
O presidente do Município classificou este de “momento histórico”, num processo que se revelou moroso e complexo. A prioridade do Município é captar investimento, criar emprego e diversificar o tecido empresarial com a instalação de pequenas e médias empresas. Os investimentos já assegurados e outros em vias de concretização representam 500 postos de trabalho.
Mais de 600 terrenos adquiridos
A principal dificuldade está relacionada com as características de minifúndio da área onde está o Eco Parque. “Estamos a falar de centenas de terrenos e de milhares de proprietários”, contextualizou o vice-presidente da autarquia, Abílio Silveira, numa exposição que se seguiu à assinatura da escritura.
“Em 2002, não havia terrenos para avançar com a empreitada”, sublinhou. Nos últimos 4 anos, a Câmara adquiriu e expropriou 6 centenas de terrenos que envolveram um custo de 1,2 milhões €, num processo moroso e difícil face a corpetes administrativos limitativos.
Além destas vicissitudes, a autarquia viu-se ainda confrontada com uma queixa na Inspecção-Geral da Administração do Território – IGAT acerca da licença das empresas já instaladas no Eco Parque. José Eduardo de Matos esclareceu que a “Câmara tem que agir com toda a transparência e segue os procedimentos normais”. A esse propósito, o empresário que hoje assinou a escritura considerou “a queixa um absurdo. Só se for para travar o investimento no Eco Parque”, reagiu.
De uma forma global, o perímetro do Eco-Parque envolve um total de 1670 parcelas distribuídas pelas freguesias de Avanca, Beduído e Pardilhó, num total de 150 hectares. “Hoje temos um parque estruturado, não um elefante branco, e já se verificam sinergias comerciais muito interessantes”, observou Abílio Silveira.
Os primeiros lotes, hoje escriturados, estão integrados na primeira fase de infraestruturação do Eco Parque que abrange 40 hectares. Do orçamento local já saíram para o Eco Parque 7,5 milhões €, sem qualquer tipo de comparticipação. As promessas de apoio vêm de 1999, ano em que o Governo anunciou um “investimento de 3,8 milhões de contos” e “até hoje não veio nada, apesar das 5 candidaturas feitas pelos técnicos da Câmara”.
As boas novas poderão chegar brevemente. “Até agora não recebemos financiamento, mas esperamos ter, nas próximas semanas, um apoio na casa dos 2 milhões de euros”, anunciou o presidente da Câmara, José Eduardo de Matos. A ampliação do parque e as novas valências a criar, nomeadamente sociais, dependem da comparticipação da Administração Central. O Eco Parque “tem um peso regional, com interesse na Região Centro, ultrapassa as fronteiras do nosso Município”, referiu o autarca.
13 Empresas instaladas e em vias de investir
Até agora, foram assinados contratos promessa com oito empresas e outras cinco empresas estão em vias de investir em Estarreja, representando mais de 500 postos de trabalho. Este balanço “evidencia o trabalho realizado na captação de empresas”, fez notar Abílio Silveira.
O parque de Estarreja “tem condições excelentes, não conheço na região instalações como o Eco Parque, por isso resolvi instalar a minha empresa aqui”, disse Ilídio Pereira, administrador da TEM. Este é um bom exemplo de dinamismo empresarial. “Em 1999 tínhamos dois funcionários, hoje temos 93”, referiu o empresário que dá prioridade às pessoas residentes no concelho. O investimento da empresa em Estarreja ronda os 1,5 milhões de euros e até ao final de 2008 alcançará os 4 milhões de euros e aumentará para 120 a 130 os postos de trabalho.