SIMULACRO TESTA PROTECÇÃO CIVIL E DEMONSTRA A IMPORTÂNCIA DAS URGÊNCIAS
quinta, 23 de novembro 2006
Um simulacro testou a capacidade de resposta dos meios do Serviço Municipal de Protecção Civil (SMPC). A avaliação final é positiva como treino e momento de aprendizagem de todas as entidades que constituem o SMPC e a sua articulação em caso de emergência.
Criando um cenário com um conjunto de situações complexas, o objectivo foi activar o Plano Municipal de Emergência de Estarreja (PMEE) e o Plano de Emergência Externo de Estarreja, específico para acidentes químicos, o que não acontecia desde 1988.
O cenário simulado foi um sismo de curta duração que provocou diversas ocorrências, nomeadamente o abatimento parcial da ponte sobre o Rio Antuã, na EN109, uma fuga de cloro num pipeline no Complexo Industrial, a queda de um veículo ao rio, o socorro de um sinistrado no Parque de Estacionamento Subterrâneo e a evacuação de uma turma da Escola Secundária.
O exercício envolveu cerca de 1 centena de elementos da Protecção Civil (Bombeiros, Câmara, GNR, empresas, Hospital), bem como observadores internos e externos, nomeadamente do Instituto do Ambiente, do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil e do Comando Distrital de Operações de Socorro.
Após a acção, seguiu-se a discussão aberta entre todos os participantes e observadores, expondo as faltas detectadas.
O registo de uma falha no sistema de comunicações, implicando o recurso a alternativas, acabou por dificultar o trabalho da Protecção Civil. Contudo, no contexto geral, os intervenientes deram nota positiva ao teste e ao cumprimento integral dos objectivos propostos.
PRESIDENTE DO SERVIÇO MUNICIPAL DE PROTECÇÃO CIVIL, JOSÉ EDUARDO DE MATOS
Para o Presidente da Câmara Municipal de Estarreja o exercício dissipou qualquer dúvida sobre a importância do Serviço de Urgências do Hospital Visconde de Salreu. “O simulacro veio comprovar que as Urgências são fundamentais nesta articulação. É indispensável manter o Serviço aberto. E hoje assistimos à qualidade da acção dos seus profissionais”.
Na qualidade de presidente do SMPC, o autarca relembrou os riscos que existem em Estarreja e, consequentemente na região, nomeadamente o risco industrial e a quantidade de tráfego que duplica no Verão. “O número de viaturas é brutal. Hoje fizemos um controlo à quantidade de veículos”. E o resultado é impressionante: 435 veículos entraram na cidade, pelo lado norte, em apenas uma hora e fora da hora de ponta. “Temos que assumir os riscos de frente e garantir a prevenção”, afirmou.
Em termos globais, José Eduardo de Matos, salientou que “são poucos os exercícios feitos na região e no país e esta é uma grande lição de aprendizagem que terá as necessárias consequências. Resolver as carências a suprir é o próximo trabalho”. O responsável deixou um desafio à Protecção Civil para que anualmente realize um simulacro.
DIRECTOR DO PLANO EM EXERCÍCIO, VEREADOR ALEXANDRE FONSECA
O Director do PMEE considera que o simulacro foi um êxito havendo “alguns pontos que vamos rever e melhorar” para que “todos os munícipes, os que residem, os que trabalham e os que passam por aqui se sintam em segurança”. O Vereador da Câmara Municipal lembrou que este foi o “primeiro exercício que, naturalmente dará origem a acções correctivas”.
COMANDANTE DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE ESTARREJA, ANTÓNIO VALENTE
O primeiro apontamento do comandante dos BVE destina-se à importância do Serviço de Urgências do Hospital. António Valente fez questão de “dizer bem alto que temos que contar com o nosso Hospital e com o Serviço de Urgências”. Em termos gerais, o simulacro revelou “carências de equipamento e carências humanas” sendo necessário realizar “mais exercícios com este envolvimento”.
António Valente considera que se viveu “um momento histórico para a Protecção Civil de Estarreja e esta é a rampa de lançamento para continuarmos a ocupar o lugar que tínhamos nos anos 80 ao nível da Protecção Civil”.
COMANDO DISTRITAL DE OPERAÇÕES DE SOCORRO, COMANDANTE ANTÓNIO RIBEIRO
Este responsável que teve o papel de observador externo deu os parabéns ao SMPC salientando “as poucas acções do género realizadas no distrito”. A avaliação final aponta para o “sucesso do exercício”. “A aprendizagem e todo o treino é feito assim. Este é o percurso a seguir para que a nossa resposta seja cada vez melhor”.
MARISOL NOGUEIRA, DIRECTORA DO SERVIÇO DE URGÊNCIAS DO HVS
“Foi um teste positivo”. Em funções estava a equipa normal de serviço que teve a oportunidade de testar a sua capacidade de resposta e a conclusão é a de que “temos qualidade e estamos preparados”. A responsável lembrou que na altura do simulacro estavam 2 médicos de serviço, o que é normal no período entre as 8h e as 20h. No período nocturno, entre as 20h e as 8h00, o Serviço de Urgências tem apenas 1 médico de serviço.
ALMEIDA SANTOS, DIRECTOR DA CUF
“O simulacro obteve um resultado positivo. Estamos disponíveis para melhorar o nosso sistema”.
BELMIRO VIGÁRIO, RESPONSÁVEL PELA SEGURANÇA E AMBIENTE DA DOW PORTUGAL
O responsável pela segurança da empresa DOW fez uma apreciação geral positiva ao simulacro fundamentalmente porque serviu para “testar a interligação entre todas as partes e este é o verdadeiro teste, como se interligam as peças”. Este foi “o primeiro simulacro que cobriu os planos de fio a pavio”.
INSTITUTO DO AMBIENTE
O IA marcou presença no simulacro como observador externo. “O treino é imensamente importante, especialmente num zona como esta confinada com uma instalação industrial”, disse o representante. O exercício correu bastante bem “não apenas a parte prática como a parte da discussão, pela disponibilidade e cooperação de todas as partes”.
SNBPC
Na qualidade de observadores externos, os representantes do SNBPC elogiaram esta acção aplaudindo o empenho geral dos intervenientes deixando algumas chamadas de atenção, nomeadamente para a ausência de recursos materiais da GNR, nomeadamente de protecção, em caso de acidente químico.