CONTESTAÇÃO AO ENCERRAMENTO DO SERVIÇO DE URGÊNCIAS

segunda, 23 de outubro 2006

A DEFESA DA MANUTENÇÃO DO SERVIÇO DE URGÊNCIA DO HOSPITAL VISCONDE DE SALREU (HVS) LEVOU PROFISSIONAIS DE SAÚDE, AUTARCAS E DEPUTADOS DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA A VISITARAM O EQUIPAMENTO, A CONVITE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA UNIDADE HOSPITALAR. A contestação ao possível encerramento das urgências apontado pelo estudo elaborado pela Comissão Técnica de Apoio ao Processo de Requalificação das Urgências, actualmente em consulta pública, mobilizou várias cores partidárias. O RISCO INDUSTRIAL, A MOBILIDADE SAZONAL DA POPULAÇÃO, A DISTÂNCIA AO HOSPITAL DE AVEIRO E A QUALIDADE DO ATENDIMENTO SÃO ARGUMENTOS QUE SURGEM EM DEFESA DAS URGÊNCIAS DO HVS. O Conselho de Administração (CA) espera que “a decisão final do Ministro da Saúde aponte, inequivocamente, para a manutenção e requalificação do Serviço de Urgência (SU)”, reivindicou Ana Paula Sousa, presidente do CA. Foram apresentados diversos argumentos que sustentam esta reclamação. “Cumprimos a generalidade dos critérios enunciados no estudo e ainda outros critérios que, por não terem sido considerados não são menos importantes: como a capacidade de resposta do próprio Serviço de Urgência, o tempo médio de atendimento e o custo unitário de casa episódio de urgência”. Ana Paula Sousa lança a questão “porquê fazer mais longe e mais caro o que se pode fazer mais próximo do Cidadão, com qualidade e com um custo incomparavelmente menor?” O CA defende que o SU “cumpre a sua missão a custos significativamente mais baixos que os registados na média dos hospitais do mesmo nível” concluindo-se que “o eventual fecho da nossa Urgência acarretará um agravamento de encargos no Hospital de Aveiro superior ao valor total do financiamento global de toda a actividade do nosso Hospital no próximo ano. O deficit do SNS irá, por conseguinte, ser agravado, sem qualquer benefício para as populações que acorrem à Urgência do HVS, cuja afluência se viu agora acrescida pelo fecho do SAP da Murtosa”. No último ano, o SU de Estarreja atendeu mais de 40 mil utentes, representando uma média diária de 110 episódios, tendo transferido para o Hospital de Aveiro apenas 8% dos episódios. O tempo médio de atendimento é muito baixo e a taxa de reclamações é ínfima. A mobilidade sazonal da população, no que diz respeito às praias da Torreira (Murtosa) e S. Jacinto (Aveiro), locais dentro da sua área de influência, deve ser considerada no estudo. Ana Paula Sousa mostrou que “a totalidade dos utentes demorarão mais de uma hora a chegar a Aveiro, não se sabendo o tempo que depois irão demorar a ser atendidos, devido à previsível saturação do Serviço de Urgência do Hospital de Aveiro”. O Complexo Químico constitui um risco industrial sendo um critério “demasiado evidente para ser ignorado ou minorado no estudo desempenhando o HVS um papel muito importante no quadro do Plano de Emergência Externo do Concelho”. A médio prazo, os receios são ainda maiores, estando em causa a existência do próprio hospital uma vez que “se não houver urgência, diminuirá drasticamente a fonte que alimenta o internamento, e sem internamento morre a chama que dá vida ao hospital”.