As primeiras badaladas já ecoaram na Praça Francisco Barbosa. O relógio de torre do Edifício dos Paços do Concelho voltou a funcionar e o sino assinala pontualmente a hora certa. Este exemplar da relojoaria monumental construído na década de 40 “estava a dar as últimas”, disse António Silva, relojoeiro de peças antigas. “Não foi por isso um restauro fácil”, acrescenta o especialista de Lourosa. Terminado o trabalho, António Silva, que herdou a profissão do seu pai e se dedica apenas à relojoaria antiga, garante que “Estarreja tem relógio para mais 50 anos”. Este antigo e pesado sistema mecânico é um exemplar da relojoaria monumental actualmente em vias de extinção devido à tecnologia de ponta e informatização dos meios. O modelo do Edifício da Câmara Municipal de Estarreja é um relógio mecânico de horas e quartos com 100 quilos de peso; 0,80 metros de comprimento; 0,60 metros de altura; 0,70 metros de largura e possui força para sinos até 250 quilos. Com cerca de 60 anos, esta peça antiga foi construída pela “A Boa Construtora”, Fábrica de Relógios Monumentais, empresa entretanto desactivada, que construiu os mais belos e volumosos maquinismos de relojoaria monumental de que há memória no nosso País.