CIÊNCIA VIVA NA CASA DE EGAS MONIZ

sexta, 04 de junho 2004

A Câmara Municipal de Estarreja vai abrir a Casa Museu Egas Moniz às inovações tecnológicas. O Museu conservador viverá, lado a lado, com um espaço vivo, dinâmico e orientado para a educação científica. Trata-se do CCV – Centro de Ciência Viva “Egas Moniz”, o primeiro do país orientado para as ciências biomédicas, cujo projecto foi apresentado ao Secretário de Estado Adjunto da Ministra da Ciência e do Ensino Superior, Jorge Moreira da Silva, pelo Vereador do Pelouro da Cultura, José Cláudio Vital, na Casa Museu Egas Moniz, em Avanca. O CCV fará uso do imenso potencial do espaço físico existente como é o caso da Quinta do Marinheiro “redefinindo toda a utilização do espaço”, referiu o responsável pela Cultura. Locais, hoje fechados ao público, serão redimensionados e reaproveitados. A antiga vacaria transformar-se-á no local central do projecto. Será ali que se instalará o futuro CCV. Prevê-se ainda a criação de um Auditório de apoio, sala multiusos, casa de chá e loja de merchandising. Tendo o público escolar como preferencial, o centro parte do legado científico de Egas Moniz, para oferecer uma visão das descobertas científicas, contar a História da Ciência Biomédica e perspectivar o futuro das ciências ligadas à medicina. A partir daqui, as possibilidades multiplicam-se. Recorrendo às novas tecnologias de informação, projecções e apresentações multimédia, podemos aceder a um mundo científico e de descobertas, em diferentes áreas como a telemedicina, a biogenética e a genética. O visitante poderá viver uma realidade virtual, através das novas tecnologias, entrando, por exemplo, no corpo humano para ficar a conhecer os seus órgãos. Terá ao seu dispor diferentes actividades, jogos e palestras. A unidade pedagógica estará em contacto directo com um Parque Biológico caracterizado por diferentes jardins, incluindo de plantas medicinais, ambientes e vivências. A recuperação de açudes, lago, moinho e estufa irá enriquecer o parque. O CCV integra-se num projecto global de dinamização da Casa Museu e da Quinta do Marinheiro, que prevê 3 vertentes: a instalação do Centro de Documentação, orçado em 190 mil euros, cujo projecto está em andamento, com comparticipação de cerca de 150 mil euros pelo Programa Aveiro Digital; o restauro do Museu avaliado em 1 milhão de euros; e a criação do CCV cuja candidatura a verbas comunitárias será formalizada até Setembro. Feita a apresentação, o Secretário de Estado aconselhou a apresentação da candidatura do CCV ao Programa Operacional de Ciência, Tecnologia e Inovação lembrando que existem verbas disponíveis para este género de projectos. Classificando o projecto como tendo “grande valor e interesse”, Jorge Moreira da Silva, fez questão de felicitar a Câmara por dar primazia a uma “matéria prioritária, por ter identificado uma área, a da medicina, para a qual não temos muitos projectos de Centros de Ciência Viva, e porque é justo que Egas Moniz seja alvo de um tratamento, não apenas histórico e retrospectivo, mas também dinâmico e capaz de entusiasmar os mais novos e de seduzir o espírito científico dos jovens”. O empenho da Autarquia em projectar o nome do Primeiro Nobel Português é total. O Presidente do Município, José Eduardo Matos, lembrou ao Secretário de Estado a importância da “parceria fundamental com o Governo, sem o qual o projecto não pode avançar”. Egas Moniz merece uma maior divulgação nacional e “deve-se a este Homem bem mais do que se tem proporcionado”. O apoio governamental ao CCV é um “acto de justiça”. NAS FOTOS: Casa Museu Egas Moniz Sessão de Apresentação do projecto Centro Ciência Viva Egas Moniz