UNESCO inscreve o Barco Moliceiro como Património Cultural Imaterial da Humanidade

terça, 09 de dezembro 2025


A Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) informa que a candidatura “Barco Moliceiro: Arte da Carpintaria Naval da Região de Aveiro” foi aceite e inscrita na Lista do Património Cultural Imaterial que necessita de Salvaguarda Urgente da UNESCO.

Após a decisão anunciada hoje em Nova Deli, durante a 20.ª Sessão do Comité Intergovernamental, em nome da delegação da Região de Aveiro presente, o presidente do Conselho Intermunicipal, Jorge Almeida, discursou sublinhando que "a inscrição do Barco Moliceiro na UNESCO é um momento histórico para a Região de Aveiro e para Portugal. Representa o reconhecimento internacional de uma prática cultural profundamente enraizada na nossa paisagem e no nosso quotidiano. Este resultado reforça o compromisso de toda a região em garantir que este saber-fazer continua vivo e relevante para as gerações futuras."

Reforçando as primeiras palavras de reação oficial, o documentário “Barco Moliceiro, há quem diga que já nasces connosco” exibiu, perante as dezenas de delegações dos países representados, imagens da relação do homem com a natureza que inspirou a criação de uma embarcação única, cuja arte de carpintaria naval foi agora universalmente reconhecida.

Esta inscrição representa esse reconhecimento internacional do valor cultural e identitário do Barco Moliceiro e do saber-fazer associado à sua construção tradicional. É também o primeiro Património Cultural Imaterial da Humanidade na Região Centro.

Unindo 11 Municípios, o processo foi promovido pela CIRA e desenvolvido em colaboração estreita com mestres construtores, pintores, municípios da região, entidades culturais, educativas e operadores turísticos ligados à Ria. A preservação e valorização são as palavras-chave, que um já aprovado Plano de Salvaguarda irá futuramente operacionalizar face a esta nova e maior responsabilidade individual e coletiva, pública e privada.

Para a presidente da Câmara Municipal de Estarreja e vice-presidente da CIRA, Isabel Simões Pinto, este “é o reconhecimento internacional de um saber-fazer único, de uma identidade que atravessa gerações e de uma relação profunda entre as nossas comunidades e a Ria. É também um tributo aos mestres construtores, aos moliceiros, às famílias e às instituições que mantêm viva esta arte tão nossa. Este património é de todos e é com orgulho renovado que Estarreja se junta a esta celebração.”

 

Nas imagens: os três mestres construtores navais do concelho de Estarreja, António Esteves, Felisberto Amador e Arménio Almeida.