Arquivo Municipal recupera e expõe o antigo porta-estandarte do Município de Estarreja
O Arquivo Municipal de Estarreja recuperou recentemente o antigo porta-estandarte de aparato que, em diversas solenidades públicas, foi utilizado em representação da Câmara Municipal.
O conjunto é composto por uma haste, em três peças, rematada com um pináculo com esfera e lança. Conta, ainda, com cinto de couro com apliques e embasamento em prata, cujo copo trabalhado servia para suportar o peso em rituais mais longos. Este conjunto, que se conserva no seu estojo original de madeira tem, igualmente, um par de luvas de cerimónia, em pele branca, e foi produzido pelo Comendador Filipe José Bandeira (1895-1970), conhecido ourives, gravador e cinzelador do Porto. De ascendência estarrejense, foi, pelo valor da sua arte, agraciado com a Ordem de Mérito em 1930 e é autor de distintas peças artísticas como a salva de prata oferecida pela Cidade do Porto ao Marechal Joffre, herói da 1ª Grande Guerra.
O porta-estandarte Municipal foi patenteado em diversas ocasiões, desde procissões religiosas a cortejos de oferendas durante quase meio século. Pelo testemunho do Sr. Mário Mortágua - que recentemente esteve no Arquivo Municipal - sabe-se que foi este magnífico conjunto que, em representação da Edilidade Estarrejense, figurou nas exéquias de Oliveira Salazar em 1970. O antigo funcionário do Município, hoje com 94 anos, recordou as mais de duas horas que esteve com o porta-estandarte nas cerimónias oficiais que decorreram no Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, a 30 de julho desse ano. Acompanhou, ainda, parte da viagem de comboio que levou o féretro do extinto Presidente do Conselho até Santa Comba Dão.
Este conjunto foi usado, mais recentemente, nas procissões em honra de Santa Joana em Aveiro e hoje encontra-se exposto temporariamente nos Paços do Concelho, junto à entrada para o Arquivo.


