Projeto ECO juntou dezenas de participantes na primeira sessão
O projeto ECO - Estarreja Colaborativa e Orientadora, dinamizado pela Câmara Municipal de Estarreja, promove sessões participativas nas cinco freguesias e uma concelhia para dar eco à comunidade e criar, em conjunto, medidas de valorização do património natural.
A sessão participativa do projeto ECO – Estarreja Colaborativa e Orientadora realizada em Canelas no passado sábado, dia 18, marcou o arranque da iniciativa dinamizada pela Câmara Municipal de Estarreja que envolve toda a comunidade na criação de uma estratégia de gestão para potenciar o território.
Esta sessão, a primeira das seis que se realizam nas freguesias do concelho até final de fevereiro, teve mais de três dezenas de participantes – entre cidadãos e representantes de ONG’s e de empresas – que quiseram conhecer e participar no projeto colaborativo.
A vereadora do Ambiente e da Ação Social e Inclusão, Isabel Simões Pinto, marcou presença nesta sessão e destacou a importância do projeto ECO como uma forma de governança municipal que tem implícita a criação de políticas públicas e a participação ativa dos cidadãos nos processos de tomada de decisão, particularmente no que respeita à valorização do território, preservando e potenciando os seus valores naturais.
“Envolver e ouvir as pessoas, auscultando a sua opinião e perceção sobre a natureza que os rodeia e as práticas agrícolas enraizadas, e integrando os seus diferentes interesses e visões, vai, com toda a certeza, facilitar a gestão do território e, acima de tudo, resultando deste processo colaborativo entre o poder local e os cidadãos uma estratégia de gestão do território a sua implementação será, sem dúvida, muito mais bem-sucedida a curto, médio e longo prazo. É este o nosso grande objetivo, que sejamos eficazes na gestão do território, potenciando as soluções baseadas na natureza” frisou a autarca.
As dúvidas sobre o processo participativo foram esclarecidas de seguida na apresentação realizada por Eduardo Mendes, da Divisão de Ambiente e Sustentabilidade, e deu-se início à sessão de trabalho conjunta para identificar os valores naturais da região, em concreto da União de Freguesias de Canelas e Fermelã.
Os contributos recolhidos neste ciclo de sessões serão a base da segunda fase, que inclui um novo ciclo para planear e delinear Soluções baseadas na Natureza (SbN), isto é, medidas sustentadas no património natural com as quais se pretende desenvolver o território a nível social, ambiental e económico.
A participação ativa dos estarrejenses continuará a ser um fator primordial na terceira fase, quando essas medidas forem aplicadas localmente, sendo importante ouvir todos desde o primeiro minuto para ter os ecos certos. Não só dos contributos associados ao projeto, mas também do feedback dos participantes sobre o decorrer do processo.
Esse feedback é recolhido no final de cada sessão participativa e, no caso da realizada em Canelas, sublinharam-se a “definição de estratégia e ações”, a presença de “quase todas as atividades / setores”, a “dinâmica das atividades” e os “grupos de trabalho multi-etários, onde a experiência e sabedoria dos mais velhos se cruzava com as preocupações dos mais jovens”.
A sessão nesta freguesia foi considerada “especialmente importante”, destacando-se a conservação da “naturalidade e relação homem/natureza que a caracteriza e está na génese das suas tradições/cultura”. Uma “boa iniciativa por parte do Município” que vai beneficiar o território que deve servir de “exemplo para o resto do país”.
As sessões participativas nas freguesias vão continuar aos sábados, entre as 10h00 e as 13h00, e a próxima é já este sábado em Salreu. Em fevereiro, terão lugar as de Beduído (dia 1), Veiros (dia 8), Avanca (dia 15) e Pardilhó (dia 22). O calendário também inclui uma sessão concelhia, com instituições, que terá lugar na Biblioteca Municipal no dia 6 de fevereiro, quinta-feira, das 14h00 às 17h00.
O QUE É O PROJETO TRANS-LIGHTHOUSES?
O projeto TRANS-lighthouses é uma iniciativa financiada pelo programa Horizon 2020 da União Europeia com cerca de seis milhões de euros, que junta 19 parceiros de 10 países (Portugal, Dinamarca, Alemanha, Chipre, França, Bélgica, Itália, Espanha, Grécia e Suécia).
O consórcio, coordenado pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, integra centros de investigação e inovação, instituições políticas e organizações da sociedade civil numa rede de “faróis” (lighthouses) nos quais se pretende gerar SbN de forma participativa e inclusiva.
As medidas abrangem zonas urbanas, rurais, costeiras e florestais nas quais se pretende ter um forte impacto positivo a nível social, ecológico e económico.