2ª Campanha das Escavações Arqueológicas no Crasto de Salreu
Apresentação à comunidade dos primeiros resultados
Convida-se toda a comunidade a participar na apresentação dos resultados preliminares da 2ª campanha de escavação arqueológica realizada no Crasto de Salreu durante o mês de julho de 2016. A sessão decorre no dia 12, sexta-feira, pelas 21h30, na Escola da Srª do Monte.
A sessão terá lugar no dia 12 de agosto de 2016, próximo sexta-feira, pelas 21h30, no Edifício da Escola da Srª do Monte, e prevê as intervenções de António Manuel Silva, Presidente do Centro de Arqueologia de Arouca, e dos arqueólogos Gabriel Pereira, Sara Almeida e Silva e Paulo Lemos. As entradas são livres.
De acordo com os dados disponíveis, o castro de Salreu foi ocupado há cerca de 2.300 anos, vários séculos antes dos romanos dominarem a região, sendo este carácter exclusivamente indígena um dos seus principais atrativos.
Os primeiros trabalhos arqueológicos neste sítio arqueológico, localizado num pequeno esporão sobre um meandro do rio Antuã, tiveram lugar em 2011 tendo sido identificadas algumas estruturas antigas, nomeadamente relacionadas com muretes de delimitação e contenção de terras de uma das plataformas. Restos de um piso de circulação em argila pisada detetados no ângulo de uma das sondagens indiciavam também a existência de ruínas de habitações, aparentemente confirmadas neste ano.
Por razões diversas os trabalhos arqueológicos não puderam ter continuidade imediata e só este ano foram retomados com a 2ª campanha de escavações, que decorreu durante três semanas do mês de julho, envolvendo dezena e meia de arqueólogos, técnicos de arqueologia e especialmente voluntários, na sua maioria estudantes, dois deles vindos expressamente do Brasil para participar no projeto de pesquisa.
As escavações abrangeram uma área de perto de 60 m2 em diversos pontos do povoado e reforçaram totalmente o interesse e potencial arqueológico do sítio, desde logo pela identificação de restos de um muro de uma cabana a par de alguns alinhamentos pétreos que parecem corresponder a uma área melhor preservada dos muros de delimitação e defesa do aldeamento.
Os objetos recolhidos, que estão ainda em tratamento, incluem utensílios em pedra e especialmente numerosos fragmentos de vasilhas cerâmicas, muitas delas decoradas com motivos habituais neste género de louça.
A investigação em curso é levada a cabo pelo Centro de Arqueologia de Arouca, uma associação de defesa e estudo do património arqueológico fundada em 1984 e insere-se num projeto de pesquisa vocacionado para a bacia do Antuã e região envolvente.
Oradores
ANTÓNIO MANUEL S. P. SILVA é natural e residente em Vila Nova de Gaia. Licenciado e Mestre em Arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Doutorando em Arqueologia na Universidade de Santiago de Compostela e Bolseiro da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Exerceu a docência em diversas instituições de Ensino Superior, designadamente na Escola Superior Artística do Porto (1995-2000) e na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (2002-2004).
Presidente do Centro de Arqueologia de Arouca, tem numerosos estudos e artigos publicados sobre a proto-história e romanização da região do Entre Douro e Vouga Litoral e da cidade do Porto, gestão arqueológica, cerâmica e outros temas de arqueologia, história e ciências sociais em geral.
GABRIEL ROCHA PEREIRA. Natural e residente em Esmoriz. Licenciado em Arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Mestre em Arqueologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Com mais de uma década de experiencia profissional na área da arqueologia, foi responsável por mais de uma centena de intervenções (escavações arqueológicas, acompanhamentos arqueológicos e Estudos de Impacte Ambiental). Tem participado e apresentado comunicações em diversos congressos e outras reuniões científicas, tendo também publicado diversos trabalhos publicados, nomeadamente sobre a arqueologia da região do Entre Douro e Vouga.
SARA ALMEIDA E SILVA é natural e residente em Oliveira de Azeméis. Licenciada em Arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e Mestre em Arqueologia pela mesma instituição. Participou em intervenções arqueológicas nos concelhos de Freixo de Numão, Meda, Vila Pouca de Aguiar, Oliveira de Azeméis, Peniche, Estarreja, Penela e Condeixa-a-Nova. Realizou um estágio curricular no Município de Oliveira de Azeméis (2012).
Tem colaborado como consultora com a Casa-Museu Regional de Oliveira de Azeméis, tendo publicado no Boletim dessa instituição algumas notas relativas ao Castro de Ul, sítio arqueológico que foi também tema da sua tese de mestrado.
PAULO ANDRÉ P. LEMOS é natural de Macieira de Cambra e residente em Arouca. Licenciado em História, Curso de Ciências Históricas – Ramo Cientifico, na UPIDH (2000). Mestrando em Arqueologia na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Com mais de uma década de experiencia profissional em arqueologia, foi responsável em perto de uma centena de intervenções arqueológicas. Colaborou com o Município de Lousada (2005-2011) em coordenação de projetos de investigação, requalificação e valorização de sítios arqueológicos do concelho. Tem participado e apresentado comunicações em diversos congressos e outras reuniões científicas, tendo publicadas algumas dezenas de artigos comunicações científicas.