Crescimento verde é aposta para o futuro

Estarreja, que soube olhar para a sua realidade natural, quer continuar a crescer de forma sustentada, inteligente e potenciar os recursos endógenos. Durante a Conferência “Estarreja 2020 Crescimento Verde – Um Compromisso global na agenda local”, o exemplo do concelho foi referenciado como um modelo, que agora se alinha com os objetivos do quadro comunitário 2020.

terça, 26 de maio 2015

O Secretário de Estado de Ordenamento do Território e Conservação da Natureza, Miguel de Castro Neto, realçou essa “aposta ganhadora que foi feita pelo concelho, quando considerou que uma aposta estratégica no desenvolvimento sustentável, assente em valores ambientais e nos seus recursos naturais, podia de facto ter futuro”. 

Miguel de Castro Neto, que abriu os trabalhos que decorreram no Cine-Teatro na quinta-feira, dia 21 de maio, não tem dúvidas que a aposta de Estarreja é “ganhadora. Nas nossas áreas classificadas conseguimos ter características únicas, diferenciadoras que podem valorizar cada um dos nossos territórios. Acreditamos que a sua valorização e proteção permite alavancar novos modelos de desenvolvimento económico que são capazes de reequilibrar assimetrias regionais, podendo tornar territórios de baixa densidade mais atrativos e empreendedores”.

Inserido no painel sobre o crescimento verde e as estratégias integradas de desenvolvimento, Diamantino Sabina apresentou as linhas mestras do Plano Estratégico de Desenvolvimento - Estarreja 2025, que integra um “plano estratégico específico para o Eco Parque” e alinha as potencialidades e especificidades locais com as prioridades nacionais e europeias do quadro comunitário 2020. “Queremos que esse nosso crescimento se paralelize com este quadro comunitário, que consigamos financiamento para os nossos projetos e sejamos uma marca do crescimento verde”, sustentou.

Diamantino Sabina assume o compromisso verde. “Um dos nossos vetores principais é crescer sustentavelmente abraçando desafios ambientais para futuro”. De todo o modo, essa opção está “espelhada em várias ações desenvolvidas ao longo dos anos” e que “têm ajudado a que o concelho seja um modelo a seguir em termos de sustentabilidade ambiental”.


Estarreja tem visão

A importância do encontro e a visão de Estarreja mereceram elogios de António Alvarenga, relator do Compromisso para o Crescimento Verde (CVC) e Diretor do Departamento de Estratégia e Análise Económica da APA - Agência Portuguesa do Ambiente, que deu os parabéns ao Município “por ter percebido que este é um movimento imparável”. 

O CVC é um plano estratégico de olhos postos num futuro sustentável para Portugal, onde o crescimento económico dá as mãos a comportamentos ambientais responsáveis, e foi apresentado em Estarreja, depois da sua aprovação em Conselho de Ministros.

 

Economia verde e eco-inovação

Das apostas estratégicas do Município destaca-se o BioRia, que o Vice-presidente da Câmara municipal, Adolfo Vidal, caracterizou como sendo “catalisador do capital natural instalado no território” e um exemplo vivo de fonte de desenvolvimento económico.

Sendo o turismo de natureza um produto prioritário do Centro de Portugal, Estarreja “tem dado cartas ao nível da especialização que exige este produto”, de olhos postos “neste que é o nosso principal recurso, o território e as pessoas, o capital humano”, salientou Adriana Rodrigues, do Turismo Centro de Portugal, na apresentação sobre como estruturar e aumentar a oferta de turismo de natureza.

Ao “bom exemplo” do BioRia e à aposta de Estarreja em “soluções baseadas na natureza”, Carlos Borrego acrescentou outro exemplo positivo do lado empresarial ao referir “as sinergias que existem no parque industrial de Estarreja em que os resíduos de umas empresas são a matéria-prima de outras”. Na apresentação sobre “Investigação & Inovação ao serviço da Economia Verde”, o Diretor do Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro defendeu um modelo de desenvolvimento mais eficiente apontando para a redução do consumo dos recursos naturais e da produção de resíduos. 

No painel seguinte sobre contributos para a sustentabilidade, Pedro Gonçalves, do Secretariado do PACOPAR, dava nota dos resultados da atuação responsável por parte das empresas químicas que, no que ao ambiente diz respeito, “aplicam as melhores técnicas disponíveis, o que significa que têm as tecnologias mais avançadas para os seus fabricos”, com o propósito de “reduzir as emissões e o consumo de bens, nomeadamente água e energia”. No site do PACOPAR na internet, encontram-se disponíveis quase 20 anos de registos da evolução dos indicadores, desde 1996. 

A ex-eurodeputada Regina Bastos, moderadora nesta conferência, aplaudiu a “reflexão local muito bem integrada numa estratégia europeia e global”, em que o ambiente é visto “como fonte de riqueza e crescimento económico ao serviço das pessoas”. 

A conferência, à qual assistiram  mais de uma centena de participantes, teve transmissão online em direto no Canal do Município no Youtube (www.youtube.com/CMEstarreja) estando os vídeos disponíveis nestes links: parte I e parte II.