Club Pardilhoense tem “casa nova”
A ideia inicial passava por restaurar parte do telhado, mas seria apenas a ponta do iceberg. Por isso, o Club Pardilhoense teve de ser mais ambicioso, pôr mãos à obra e avançar para a beneficiação global do edifício sede, situado no centro da Vila de Pardilhó.
Hoje, a um passo do final das obras, já se pode afirmar “conseguimos uma casa nova”. São as palavras de satisfação e orgulho do presidente da direcção, Manuel Júlio Ramos, durante uma visita realizada pelo presidente da Câmara Municipal, José Eduardo de Matos, e pelo Vereador da Cultura, João Alegria, às “novíssimas” instalações da colectividade, localmente conhecida pelo “Clube Velho” (por contraposição ao “Novo” Saavedra Guedes).
“Necessitávamos de renovar quase tudo: piso, paredes, madeiras”, recorda o responsável, trazendo à memória o quanto “as instalações estavam degradadas”. A tal ponto que o dirigente chegou a desabafar que “mais meia dúzia de anos e isto desaparecia”, referindo-se ao mau estado em que se encontravam o telhado e a estrutura do edifício, da primeira metade do século passado.
Não havia tempo para mais adiamentos e a solução passava pela realização de obras profundas e urgentes. Com muitos receios pelo valor avultado do orçamento, a rondar os 100 mil euros, assim avançava “a aposta que tínhamos em renovar o Club Pardilhoense para a Banda e para a Escola de Música essencialmente. Neste momento, são cerca de 40 miúdos que estão a aprender música, além dos 60 que já estão na Banda”. A dinamização que a colectividade necessitava estava dependente de melhores condições físicas.
Câmara Municipal apoiou a beneficiação
A Câmara Municipal decidiu apoiar este passo tão importante para a vida da colectividade. “O apoio da Câmara Municipal como está previsto no PACE é de 25% da obra. Os 33 mil euros de subsídio foram pagos no ano corrente. Foi um grande apoio e Câmara Municipal esteve presente quando necessitámos”, afirma Manuel Júlio Ramos.
Os habitantes de Pardilhó foram outra parte importante para a concretização das obras. “Depois de mostrar trabalho, os pardilhoenses aderiram” e a campanha de angariação de fundos foi muito bem recebida pela população local. Actualmente, a associação tem em dívida um valor de cerca de “40 mil euros, emprestados por pardilhoenses”.
A fachada do edifício ainda não espelha a transformação interior. “Só entrando se vê a diferença”, reage Manuel Júlio convidando os pardilhoenses a visitarem a sede. Prevendo-se o final das obras para este ano, a pintura exterior poderá ficar para o próximo ano, face aos gastos avultados, prevê o dirigente.
Agora o objectivo imediato é “colocar a associação a trabalhar”.
Banda e Danças da Aldeia enchem a sede
A Banda do Club e o Grupo Etnográfico Danças da Aldeia, a quem a colectividade cede instalações, usufruindo das condições agora criadas.
“As condições acústicas e de ambiente que proporcionamos são as melhores, 200 ou 300% melhores. Sentimo-nos realizados”, afirma satisfeito concluindo que “valeu a pena”, em especial pelos mais de cem músicos que a Escola de Música e a Banda, com elementos dos 7 aos 77 anos, mobilizam.
Outras actividades pretendem animar a sede centenária. Ideias como danças de salão, a partir de Setembro, e apoio ao estudo para crianças e jovens, são alguns dos “projectos em mente que as novas instalações proporcionarão”. A caminho dos 103 anos, a colectividade dá sinais de muita vitalidade e prepara-se para “uma nova fase na vida do clube”.
O Club Pardilhoense foi fundado em 1 de Dezembro de 1908, tendo sido agraciado com a Medalha de Mérito do Município de Estarreja, em 13 de Junho de 2008.
Já a Banda do Club Pardilhoense foi fundada em 1874, sendo homenageada com a Medalha de Mérito Municipal em 2005, juntamente com a Bandas Visconde de Salreu e Bingre Canelense.