Exercícios de Emergência nas Escolas do 1º Ciclo “O que aprendem aqui serve para a vida”

Gabriel tem apenas 7 anos mas sabe como actuar em caso de ocorrência de sismo. “Temos de nos esconder, não ir para junto das janelas”, aconselha. Aluno do 1º ano da Escola Básica do 1º Ciclo com Jardim-de-infância da Senhora do Monte, Salreu, participou numa simulação de sismo, no âmbito dos exercícios de emergência que a Câmara Municipal de Estarreja está a realizar durante este mês em sete Escolas, com o objectivo de testar o Plano Quadripartido de Prevenção, Emergência, Evacuação e Actuação dos Equipamentos Educativos do 1º Ciclo com ou sem Jardim-de-infância e dos respectivos Cadernos de Segurança.

Manuela Lima, coordenadora da Escola da Sr.ª do Monte, considera que esta é uma aprendizagem importante, na medida em que “as crianças desde cedo começam a aprender a lidar com estas situações e ao mesmo tempo passam as informações aos pais e familiares”. O Gabriel é um exemplo disso mesmo e já ensinou os pais a lidar com ocorrências do género. Esta foi a segunda vez que o estudante participou num simulacro.

O professor José Pedro, que também é bombeiro, aplaude a realização destas iniciativas fundamentais para que os alunos assumam “estas regras como sendo atitudes normais”. O docente afirma que “as questões de prevenção nunca são de mais. É fundamental que sejam realizadas o maior número de actividades possíveis dentro desta área”. Por outro lado é importante o contacto das crianças com os meios da protecção civil no sentido de se “desmistificar a acessibilidade a uma ambulância sem ser numa situação de emergência”.

No final do exercício, o professor João deu nota positiva à sua turma. Na continuidade do que já foi feito no ano anterior, eles “tinham a memória fresca e sabiam quais os procedimentos a tomar”. É uma mais-valia repetir os exercícios e “manter sempre os conhecimentos actualizados para que saibam os procedimentos a tomar”.

Filipe Félix, coordenador dos exercícios de emergência nas Escolas, considera que as crianças passaram neste teste. “Em menos de 5 segundos os alunos refugiaram-se num ponto de abrigo, com rapidez, e chegaram ao ponto de encontro em segurança”. Chegados ao ponto de encontro, no espaço exterior da escola, cabe ao professor verificar o número de alunos e assim “fornecer informação às equipas de busca e salvamento”.

Em Avanca, na Escola da Congosta, com a presença dos Bombeiros Voluntários de Estarreja (BVE), realizou-se um exercício de assistência a feridos e incêndio. Para o Comandante dos BVE, Ernesto Rebelo, Câmara e Bombeiros devem continuar a apostar nesta área pois “aprender as regras básicas e elementares de medidas de segurança é fundamental”. Os alunos descobriram a “manusear um extintor e como proceder em caso de incêndio”, além de terem observado com muita atenção “como se cuida e imobiliza um doente”. Assim têm a noção do trabalho que é feito e aprendem a reagir com calma. “O pânico é o pior dos inimigos”, salienta Ernesto Rebelo. “O que aprendem aqui serve para a vida”, remata.

O Plano Quadripartido – de prevenção, emergência, evacuação e actuação – dos Equipamentos Educativos do 1º Ciclo com ou sem Jardim-de-infância foi criado em 2007/08 e é acompanhado de um Caderno de Segurança, que é revisto anualmente.

Composto por 17 anexos, o Caderno de Segurança faz uma descrição de todas as componentes da escola. Filipe Félix explica que o Caderno de Segurança contém informação como a localização da escola, sua dimensão, número de blocos e salas, plantas de emergência, localização dos extintores, dos quadros eléctricos e do conjunto de elementos associados à segurança e prevenção, recursos humanos, número de alunos e demais informação que permita à “equipa de primeira intervenção comunicar às equipas de busca e salvamento o número correcto de pessoas” que se encontram no edifício.

As acções de formação, os relatórios dos exercícios, as obras que possam existir e que podem abrir novas acessibilidades, o que implicará a revisão do processo, nomeadamente ao nível da evacuação são também elementos que constam do Caderno de Segurança que exige um trabalho contínuo.

Os sete exercícios simulam diferentes tipos de ocorrências, designadamente sismo, assistência a feridos e incêndio. No total estão envolvidas cerca de 400 crianças nestes treinos de actuação. A anteceder estes exercícios, são realizadas acções de formação/sensibilização junto de toda a comunidade escolar.

Até agora receberam treinos de actuação a Escola Básica do 1º Ciclo da Terra do Monte, Fermelã, e as Escolas Básicas do 1º Ciclo com Jardim-de-infância da Senhora do Monte (Salreu), de Canelas, de Santo Amaro (Beduído) e da Congosta (Avanca).

PRÓXIMOS EXERCÍCIOS

18 Março, 11h | Equipamento Educativo – Escola Básica do 1º Ciclo com Jardim-de-infância do Pinheiro, Veiros
Tipo de Exercício – Sismo ou Cheia
Tempo de Duração – Aproximadamente 60’
Dias de Formação/Sensibilização – 02 de Fevereiro e 17 de Março

23 Março, 10h30 | Escola Básica do 1º Ciclo com Jardim-de-infância das Cabeças, Veiros
Tipo de Exercício – Assistência a feridos e Incêndio (com a colaboração dos Bombeiros Voluntários de Estarreja)
Tempo de Duração – Aproximadamente 90’
Dias de Formação/Sensibilização – 15 e 22 de Março