"Nostalgias", do Pintor de Estarreja José Mendonça
No próximo sábado, é inaugurada a Exposição de Pintura "Nostalgias", de José Mendonça, pelas 16h00, na Casa Municipal da Cultura, inserida no programa comemorativo dos 60 anos da Atribuição do Prémio Nobel da Medicina a Egas Moniz. Uma vida, uma memória nesta exposição retrospectiva onde são apresentados 26 quadros do artista.
José Maria da Silva Mendonça nasceu a 21 de Setembro de 1923. É natural de Estarreja, onde reside. Iniciou-se na arte de pintar sem mestres nem escolas. Em 1953 apresentava uma primeira amostragem de trabalhos de pintura a óleo.
No catálogo da exposição, José Mendonça recorda o dia em que realizou a sua 1ª Exposição em Abril de 1955. "Todas as classes sociais da nossa terra, e não só, foram ver e aplaudir a iniciativa", lembra descrevendo o acontecimento que marcou o início da sua carreira. Das personalidades presentes, a mais marcante para o pintor foi a "do Prof. Doutor Egas Moniz, que, atentamente, observou os trabalhos expostos e teve muitas palavras de apreço, que ficaram gravadas na minha memória e me deram muita confiança para continuar esta actividade. E, depois de adquirir um pequeno trabalho e frisar que não era por ser pequeno, mas sim por ser o único que tinha uma figura humana (uma lavadeira, no Rio Antuã), convidou-me a ir a sua casa ver as obras que possuía".
Esta exposição retrospectiva vem reafirmar um “sensível estilo muito próprio do Pintor de Estarreja”, caracteriza o presidente da Câmara Municipal, José Eduardo de Matos. “Tenho essa noção de suavidade, de tranquilidade na sua obra, muito referenciada à nossa Ria, por certo a razão mor da sua histórica notoriedade artística. Os jogos garridos das proas dos inúmeros moliceiros que retratou constituem o seu inesquecível cartão de visita – incontornável na decoração de muitas casas da região”.
"Pintar é a forma mais simples de nos alhearmos dos problemas que nos afligem e de estar mais perto na natureza... é a forma de comunicar e interpretar à minha maneira aquilo que, muitas vezes, passa despercebido..."
José Mendonça
