Intervenção no Rio Antuã reduz impacto das cheias
Açude vai permitir a criação de um espelho de água
O presidente da Câmara Municipal de Estarreja, José Eduardo de Matos, visitou as obras de reabilitação do Rio Antuã, que entrou na fase de execução do Açude no Parque Municipal do Antuã, no centro da cidade. As obras deverão ficar concluídas em meados do próximo mês de Dezembro. Os trabalhos decorrem há um mês e envolvem um investimento superior a 100 mil euros.
Concluída está a limpeza do rio, desde o Porto de Vacas até à Ponte Velha, e o tapamento de rombos. A Câmara Municipal decidiu completar a intervenção, da responsabilidade da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro, efectuando a limpeza desde a captação de água da Quimigal, no lugar do Carvalho, até à tapagem do rio, junto ao dique do Baixo Vouga. Uma intervenção que permitirá o melhor escoamento das águas, reduzindo a possibilidade de cheias.
As várias espécies infectantes que facilmente nascem no leito e nas margens da linha de água dificultam o escoamento das águas, por isso o Antuã requer maiores cuidados de manutenção e limpeza, solicitados continuamente pela autarquia. “Esta é uma acção de manutenção do Rio que a CCDRC devia fazer com permanência”. O Rio Antuã está sob jurisdição da CCDRC e estas obras estavam a aguardar vez desde 2005. José Eduardo de Matos espera que com a passagem de competência da CCDRC para a ARH – Autoridade Regional Hidrográfica, se assegure a devida manutenção do Rio.
O descarregador construído na margem esquerda servirá para, em situações de caudal elevado, se descarregar para os campos evitando assim, estragos de maior monta a jusante. O Açude irá permitir a criação de um espelho de água no centro da cidade, junto ao Parque Municipal do Antuã. Para além da regularização do caudal, a empreitada vai “potenciar a utilização do rio para lazer e virar a cidade para o rio”. Com uma altura de 1,20 metros, o açude estará desactivado durante o Inverno e será erguido no Verão permitindo a formação do lago e criando uma nova realidade de fruição do rio no centro da cidade.
José Eduardo de Matos alertou que os problemas do rio não se resolvem com esta intervenção. “São mais complexos até pela natureza selvagem do Antuã que no Verão tem um caudal de 1 metro cúbico por segundo e no Inverno um caudal de 900 metros cúbicos/segundo”. Para José Eduardo de Matos, esta realidade provoca uma outra questão, o desperdício descomunal de água que poderia ser evitado com a construção de uma barragem a montante, junto à ponte da A1 sobre o Rio Antuã, que teria funções de aproveitamento energético e de água.
O presidente do município assume que esta não é uma questão prioritária em termos regionais, uma vez que “ainda estamos a resolver problemas, de décadas, do abastecimento de água para a região, com a Barragem de Ribeiradio que avançará para o ano”, contudo deve-se pensar “numa solução de futuro e sustentável aplicável ao Rio Antuã, com a vantagem de uma orientação mais forte de produção de energia”. O autarca critica o “desperdício de tanta água durante o Inverno”. Por outro lado, referindo-se ao abastecimento de água do Complexo Químico de Estarreja, afirma que “recorrer a reservas estratégias do subsolo não é uma boa solução”. Uma questão já colocada por José Eduardo de Matos às empresas e ao INAG.