Acidente químico reforça a importância das Urgências de Estarreja
“E se não houvesse o Serviço de Urgências em Estarreja?”. Esta é a questão colocada pelo Presidente da Câmara Municipal, José Eduardo de Matos, na sequência da fuga de cloro que ocorreu, no dia 12, nas instalações da CUF – Químicos Industriais, afectando 12 trabalhadores.
Para o autarca, “o incidente industrial de ontem veio evidenciar as especificidades de Estarreja e a necessidade de meios acrescidos para fazer face a situações complicadas, que podem envolver um número considerável de pessoas afectadas. Estarreja justifica que haja uma atenção especial”.
Dos doze trabalhadores atingidos, seis foram transportados para o Hospital Visconde de Salreu (HVS). Um deles foi transferido para Aveiro depois de ter recebido tratamento hospitalar nas Urgências locais. Ontem, houve uma resposta de proximidade a exemplo do que acontece em muitos países europeus.
O fecho do Serviço de Urgências do HVS previsto na Requalificação da Rede de Urgências seria um “erro lamentável da tutela”, considera o autarca para quem a Comissão Técnica menosprezou o risco real do maior complexo petroquímico de Portugal e um pólo químico de dimensão europeia.
“Ao contrário do que se passa no resto da Europa, aqui verifica-se que o Risco Industrial não é tratado com um adicional de cuidada Prevenção e não se teve em conta a dimensão do CQ”, critica José Eduardo de Matos lembrando que as empresas estão abrangidas por legislação específica, nomeadamente a Directiva SEVESO II.
O HVS está na primeira linha de actuação em caso de acidente químico. Em declarações ao Jornal de Notícias, o presidente do Conselho de Administração do HVS, Rui Crisóstomo, admitiu que se a Urgência estivesse fechada um dos pacientes poderia ter complicações graves. Cinco operários ficaram em observação na unidade hospitalar estarrejense, o “que prova ser esta uma assistência válida”, disse Rui Crisóstomo ao jornal.
A fuga de cloro ocorrida ontem às 16h50 não teve impacto no exterior do perímetro fabril e foi detectada pelos sistemas de alerta instalados na fábrica da CUF-QI, o que permitiu accionar os mecanismos de reacção previsto. José Eduardo de Matos não deixa de destacar “a activação do Plano de Emergência Interno da CUF, a operacionalidade dos Bombeiros Voluntários de Estarreja e a resposta reforçada do Hospital Visconde de Salreu”.