PRIMEIRO MINISTRO EM ESTARREJA: COMPLEXO QUÍMICO É "EXEMPLO A SEGUIR"

segunda, 22 de novembro 2004

O Primeiro Ministro, Pedro Santana Lopes, visitou o que “vai sendo feito de bom na nossa economia e em Portugal”, disse na deslocação a Estarreja. O chefe do Governo considera que o “Complexo Químico de Estarreja é um dos mais importantes pólos de consolidação do investimento estrangeiro em Portugal, no sector industrial” sendo “animador ter a oportunidade de fazer esta visita”. Esta zona industrial emprega 600 trabalhadores gerando um volume de negócios de 600 milhões de euros por ano. “Aqui está concentrado muito do que há de bom no futuro de Portugal: empresas de alto valor acrescentado, inovadoras, líderes na sua área”. Santana Lopes quis “mostrar este exemplo que mais pode contribuir para nos motivar no caminho certo” da economia portuguesa. Antes de visitar o Complexo, Santana Lopes garantiu que “não têm razões para temer pelo futuro”, referindo-se à possibilidade de encerramento da refinaria da Petrogal em Leça da Palmeira, Matosinhos, fundamental para o abastecimento do pólo químico de Estarreja. “Qualquer que sejam as conclusões”, da Comissão constituída para analisar o assunto até Março, “vamos encontrar as melhores soluções” sem descurar o equilíbrio entre a consolidação económica e os valores ambientais e de segurança. O Presidente do Conselho de Administração da QUMIGAL, João de Mello, já tinha referido que “a competitividade da indústria química orgânica pesada depende em grande parte da articulação entre as plataformas directamente produtivas e as infra-estruturas logísticas que as interligam” mostrando a “estreita relação entre plataformas de refinação (como a refinaria de Matosinhos) e o ‘cluster’ petroquímico português”. O Pólo de Estarreja compreende um conjunto de empresas que têm realizado elevados montantes de investimento, mais de 215 milhões de euros nos últimos 15 anos. “Existem hoje importantes oportunidades de novo investimento produtivo que gerará ainda mais exportações a partir de um pólo que já é hoje um exportador relevante”, acrescentou João de Mello defendendo uma parceria entre Estado e empresas na procura de soluções para os handicaps do País. Entre outras desvantagens competitivas, não deixou de se referir ao acordo internacional para a criação do Mercado Ibérico da Electricidade (MIBEL). “Somos periféricos. Temos custos de inputs elevados, nomeadamente electricidade, pelo que urge o arranque do MIBEL ou será essencial promover medidas intercalares”. Sobre esse assunto, o Ministro das Actividades Económicas e do Trabalho, Álvaro Barreto, avançou que é determinação do Governo a negociação com Espanha para a rápida entrada em funcionamento do MIBEL. Na cerimónia de recepção ao Primeiro Ministro e ao Ministro das Actividades Económicas, o Presidente da Câmara Municipal de Estarreja, José Eduardo de Matos, focou na sua intervenção o “Eco Parque Empresarial, a alavanca central na reindustrialização do Município e na complementação do pólo químico”. A construção das infra-estruturas prossegue no terreno mas “o Município tem investido sozinho”, alertou o Autarca. “É nestes vitais pontos que o Estado Português tem de ser inteligente e perceber que este espaço é reprodutivo amanhã, se apoiado hoje. O Governo tem de ser nosso parceiro. Tem de ser. Só pode ser”, insistiu ao lembrar que a candidatura do Eco – Parque “aos Fundos Comunitários corre, na CCDRC, onde os montantes disponíveis são sempre escassos para tantos candidatos”. O Primeiro Ministro ficou a conhecer, numa visita em autocarro, as empresas do Complexo Químico e o futuro Eco Parque Empresarial de Estarreja.