“Cafés de Ciência” reúne a comunidade com especialistas na Casa Museu Egas Moniz

A sala do Prémio Nobel da Medicina, na Casa Museu Egas Moniz, em Avanca, volta a receber a iniciativa “Cafés de Ciência”, no dia 27 de outubro, domingo, às 15h00. Em jeito de conversa informal e em ambiente de café, o convidado desta sessão é Manuel Pinto, neurocirurgião e professor da Faculdade de Medicina do Porto, que traz o tema “Estimulação Cerebral Profunda: Uma História em Evolução”. A entrada é gratuita.

Esta data assinala os 75 anos da atribuição do Prémio Nobel da Medicina a Egas Moniz. A 27 de outubro de 1949, o neurocientista teve conhecimento de que foi galardoado com o Nobel da Medicina e Fisiologia, pelo seu trabalho no desenvolvimento de uma técnica cirúrgica designada por “leucotomia pré-frontal”.

Posto isto, este “Café de Ciência” irá revisitar a história do desenvolvimento e evolução das técnicas de estimulação e modulação cerebral no tratamento de doenças neurológicas, nomeadamente destacando o papel de Egas Moniz nos primórdios da aplicação destas metodologias na prática clínica e a sua disseminação mundial, a subsequente perda de popularidade e o seu renascimento e revolução no final do século XX, e até aos tempos atuais. Será também projetado o futuro da estimulação cerebral, e a audiência será desafiada a refletir sobre o potencial impacto na sociedade da possibilidade concreta a curto prazo de manipularmos circuitos cerebrais para tratar doenças intratáveis, mas também de interferirmos em funções cognitivas ou traços de personalidade.

Esta iniciativa, que integra as comemorações do 150.º Aniversário do Nascimento de Egas Moniz, pretende reunir a comunidade com físicos, professores, neurocirurgiões, artistas, médicos, investigadores e neurorradiologistas para debater temas de cultura científica e relacionados com Egas Moniz.  

De recordar que o primeiro convidado foi o incontornável físico e professor jubilado Carlos Fiolhais que conduziu o “Café de Ciência” intitulado “O Cérebro Humano: de Vesálio à Inteligência Artificial, passando por Egas Moniz”.  Também Pedro Melo Freitas, neurorradiologista, marcou presença neste evento com o tema “Egas Moniz e a Angiografia Cerebral no Século XXI”.

No próximo mês, dia 16 de novembro, sábado, às 15h00, Manuel Valente Alves, médico, artista visual e investigador, estará à conversa com “Egas Moniz e a Cultura Humanista”. E a fechar este ciclo, o evento “Cafés com Ciência” apresenta “Egas Moniz e a Arte”, no dia 23 de maio de 2025, sexta-feira, às 21h30, com o intuito de celebrar os 40 anos da integração da Casa Museu Egas Moniz na Câmara Municipal de Estarreja, com convidados ligados à comunidade, que fizeram parte das vivências deste espaço nas últimas décadas.

Reinterpretação da opereta “A Nossa Aldeia”, escrita por Egas Moniz

Em novembro continuam as homenagens ao homem que tanto fez por Estarreja e seus conterrâneos! Com duas datas de apresentação, dias 29 e 30 de novembro, às 21h30, no Cine Teatro de Estarreja, o espetáculo “A Nossa Aldeia”, baseado na opereta de Egas Moniz, é o expoente máximo da celebração do 150.º aniversário do nascimento do neurocientista. 

A obra revisita os anos 20, quando Egas Moniz decide escrever uma pequena opereta para entreter os amigos mais chegados. A apresentação deu-se na casa do Marinheiro a 22 de setembro de 1920. Com este texto todos ficam a saber como será Avanca do futuro, pelo olhar ficcionado do neurocientista, que segundo ele, não seria muito diferente das grandes metrópoles atuais.

O espetáculo, que integra a programação de “Aveiro 2024 - Capital Portuguesa da Cultura”, envolve a comunidade e artistas locais, que se apropriarão do texto, e pelo uso da música e do canto, apresentarão uma obra identitária das terras e gentes de Estarreja. A receita deste espetáculo reverte a favor da PT.AVC - União de Sobreviventes, Familiares e Amigos.

Consulte a programação completa das comemorações do 150.º aniversário do nascimento de Egas Moniz que decorrem até 23 de maio de 2025.